A questão Cinemateca - PÚBLICO: "Colocar a Cinemateca na dependência directa das receitas de publicidade das televisões faz tanto sentido quanto indexar o orçamento da Biblioteca Nacional e da Torre do Tombo aos resultados das vendas dos romances de José Rodrigues dos Santos.(...)
A Cinemateca, graças a Félix Ribeiro e a Luís de Pina, mas sobretudo graças à inesgotável energia e ao enorme carisma de João Bénard da Costa, foi uma instituição que se soube afirmar como poucas na vida cultural portuguesa, e que desempenha hoje um papel único, essencial e insubstituível, cuja prossecução não pode estar dependente de anúncios de carros, telemóveis e cervejas. E isto não é ser estatista. Isto é ser liberal - uma Cinemateca fechada afecta a minha liberdade enquanto indivíduo, ao vedar-me o único acesso que existe neste país a 120 anos de história do cinema. Não é coisa pouca."
'via Blog this'
Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
terça-feira, agosto 27, 2013
segunda-feira, agosto 26, 2013
domingo, agosto 25, 2013
Voemos
Edna de Araquara |
ALGUMAS PROPOSIÇÕES COM PÁSSAROS E ÁRVORES QUE O POETA REMATA COM UMA REFERÊNCIA AO CORAÇÃO
OS PÁSSAROS NASCEM NA PONTA DAS ÁRVORES
As árvores que eu vejo em vez de fruto dão pássaros
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Os pássaros começam onde as árvores acabam
Ao chegar aos pássaros as árvores engrossam movimentam-se
Deixam o reino vegetal para passar a pertencer ao reino animal
Como pássaros poisam as folhas na terra
Quando o Outono desce veladamente sobre os campos
Gostaria de dizer que os pássaros emanam das árvores
Mas deixo essa forma de dizer ao romancista
É complicada e não se da bem na poesia
Não foi ainda isolada da filosofia
Eu amo as árvores principalmente as que dão pássaros
Quem é que lá os pendura nos ramos?
De quem é a mão a inúmera mão?
Eu passo e muda-se-me o coração
RUY BELO, in TODOS OS POEMAS ( Lisboa: Assírio & Alvim, 2000)
sexta-feira, agosto 23, 2013
quinta-feira, agosto 22, 2013
quarta-feira, agosto 21, 2013
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
A meu favor tenho uma rua em transe
Um alto incêndio em nome de nós todos
Alexandre O'Neill
(19 de Dezembro de 1924 -21 de Agosto de 1986)
Quando a comunicação social se suicida
A correspondente de guerra não nega a crise dos jornais: "Existe uma crise dos media, mas não dos leitores." Para ela, essa crise explica-se pela corrida para o simplismo e o sensacionalismo, acompanhada pelos cortes abruptos na qualidade da comunicação social. Os leitores continuam a querer compreender aquilo que acontece no mundo e isso exige um jornalismo que vá para além da histeria das aparências, feito por jornalistas que vão aos locais para contar as histórias e entender as pessoas e as suas circunstâncias.
Mais escandaloso que o tempo e o modo como Judite Sousa entrevistou um jovem milionário com pouca história é o facto de nenhum órgão de comunicação social nacional ter conseguido enviar um jornalista para o Egipto. Não é o público que só consegue ler as Pepas e os Lorenzos desta vida, é a comunicação social que está a decretar o seu próprio suicídio.Se lermos a "História de Portugal" organizada por José Mattoso, verificamos que no início do século xx, com uma população escassamente alfabetizada, "O Século" e o "Diário de Notícias" vendiam, cada um, cerca de 100 mil exemplares por dia. Em pleno século xxi, os nossos jornais têm muito menos leitores. Não foram eles que desapareceram, são os jornais, a comunicação social e os jornalistas que não estão a cumprir devidamente o seu papel de informar com qualidade. O que fazem não serve.
Nuno Ramos de Almeida, Agosto 2013
Quando a comunicação social se suicida | iOnline - Notícias de Portugal, Mundo, Economia, Desporto, Boa Vida, Opinião e muito mais.
terça-feira, agosto 20, 2013
The Learning Generalist: Why my daughter doesn't deserve school
De vez em quando, é bom recentrarmo-nos no essencial. Cada criança é de facto uma oportunidade para melhorar.
The Learning Generalist: Why my daughter doesn't deserve school:
" I do have a few things in mind that I want my daughter to get out of her education - and I'm particular about these to the extent that I'm more than happy to homeschool her if necessary.
'via Blog this'
" I do have a few things in mind that I want my daughter to get out of her education - and I'm particular about these to the extent that I'm more than happy to homeschool her if necessary.
- Enjoy her childhood and grow organically
- Develop a respect for nature
- Experience the dignity of labour
- Build respect for tradition and indigenous livelihoods; learn extensively from them
- Gain mastery over all our family languages - Hindi, Bengali and Marathi
- Pursue knowledge for its own sake - not for curriculum
- Discover the ability to follow her passion without fear
- Question the status quo of the current world
- Learn to work with others, not against them
- Apply her learning in real life through inter-disciplinary challenges"
'via Blog this'
segunda-feira, agosto 19, 2013
domingo, agosto 18, 2013
Meu amigo está longe
A descobrir e redescobrir vozes e música, férias de imaginação enquanto o calor rebenta lá fora e o fresco conforta das ausências. Pelo menos de algumas.
sábado, agosto 17, 2013
quinta-feira, agosto 15, 2013
Um rio, só se for claro
ROTEIRO
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.
SIDONIO MURALHA
Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
Um rio, só se fôr claro.
Correr, sim, mas sem tropeço.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço.
SIDONIO MURALHA
Pode a confiança ser o cerne da educação? Pode ser de outro modo?
In the following video from Digital Media Research Hub, Katie Salen, Depaul University professor and Executive Director of the Institute of Play discusses the role of play in learning, describing it as a “state of being” that empowers learners to access and explore content, and consider the roles of others in a shared learning space. (Retirei daqui)
Lembrei-me de uma canção, já antiga...
segunda-feira, agosto 12, 2013
Meninas que lutam por ir à escola (Paquistão, 2013)
United Nations, 11 July 2013 - Disastrous flooding in Pakistan has destroyed countless schools throughout the country. But the rebuilding efforts have presented an opportunity for change in traditional attitudes towards girls' education
Nações Unidas, 11 Jukho 2013 - As inundações catastróficas no Paquistão destruíram inúmeras escolas em todo o país. Mas os esforços de reconstrução trouxeram uma oportunidade para mudar as atitudes tradicionais relativamente à educação das raparigas.
Ler mais aqui
sábado, agosto 10, 2013
É na terra do teu pão / que se joga a tua sorte
Em 1969 Luís Cília, gravou o seu segundo disco para a etiqueta moshé-naim, com poesia portuguesa, no qual surge este tema. Mais tarde Adriano Correia de Oliveira interpretou e gravou, esta canção com o nome de "Margem Sul". O poema é de Urbano Tavares Rodrigues de quem, o Luís, gravou mais um poema, num disco unicamente editado em Espanha.
Ó Alentejo dos pobres
Reino da desolação
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação
Não vás a terras alheias
Lançar sementes de morte
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas de angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão
A foice dos teus ceifeiros
Trago no peito gravada
Ó minha terra vermelha
Como bandeira sonhada
Para saber mais consulte o site www.luiscilia.com
quinta-feira, agosto 08, 2013
Cá dentro inquietação, inquietação
Entre o Twitter, o Facebook e a rua, a gente vai enfrentando o medo. Coletivamente, em comunicação global, a aprender sempre, reforçando-se pela não violência. Tudo começa, como na canção do José Mário Branco, "cá dentro", na inquietação.
"Os movimentos dizem que o mais importante não é o produto, o que conseguiram, mas sim o processo, ou seja, como conseguiram. A partir daí, criam experiências do que poderiam ser outras formas de representação políticas"(...)"Enquanto tivermos capacidade de indignação e de mobilização, poderemos ir para a prática"
Não basta apenas criticar na internet, diz sociólogo Manuel Castells - Terra Brasil:
'via Blog this'
quarta-feira, agosto 07, 2013
Mundo Feio
http://www.pobrezanaopagaadivida.info/ Petição |
Todavia, mais que criticar as “frases infelizes” de alguns protagonistas, interessa entender que, como mostra Doreen Massey, palavras como “cliente”, “consumidor”, “mercado” modelam quer a nossa visão de nós próprios quer a nossa visão do mundo e criam a ilusão de que o mundo é “isto” porque não pode ser outra coisa (o tal TINA neoliberal, o inefável “there is no alternative”).
Maria Rosa Martelo, 2013Ler o resto do texto aqui:
Mundo Feio | iOnline - Notícias de Portugal, Mundo, Economia, Desporto, Boa Vida, Opinião e muito mais.
terça-feira, agosto 06, 2013
Agonia em Agosto, Setembro mal posto
Por incrível que pareça, para que um ano lectivo decorra com normalidade, a maior parte das decisões têm de ser tomadas com grande antecedência, obrigando a um misto de planeamento, sensibilidade e bom senso.
Num tempo em que é o paradigma empresarial que rege a visão sobre todas as outras instituições, seria de esperar que o Ministério da Educação se comportasse como um conselho de administração dirigido por gestores previdentes.
Em vez disso, a equipa de Nuno Crato reforça o caos nas escolas, criando uma situação que leva a que haja alunos sem turma, professores sem horário e directores sem férias. Ao mesmo tempo, quer impor, em Agosto, uma prova que, mesmo que fizesse sentido, teria de estar preparada com muito mais antecedência.
Nuno Crato já não vai a tempo de perceber o que é um ano lectivo. Por outro lado, no fundo, nunca quis saber. Se soubesse, não podia ser Ministro da Educação.
Nuno Crato não sabe o que é um ano lectivo
sábado, agosto 03, 2013
COR
TESTAMENTO
Maria Helena Vieira da Silva (1908-1993)
Eu lego aos meus amigos
Um azul cerúleo para voar alto.
Um azul cobalto para a felicidade.
Um azul ultramarino para estimular o espírito.
Um vermelhão para o sangue circular alegremente.
Um verde musgo para apaziguar os nervos.
Um amarelo ouro: riqueza.
Um violeta cobalto para o sonho.
Um garança para deixar ouvir o violoncelo.
Um amarelo barita: ficção científica e brilho; resplendor.
Um ocre amarelo para aceitar a terra.
Um verde de Verona para a memória da primavera.
Um anil para poder afinar o espírito com a tempestade.
Um laranja para exercitar a visão de um limoeiro ao longe.
Um amarelo limão para o encanto.
Um branco puro: pureza.
Terra de siena natural: a transmutação do ouro.
Um preto sumptuoso para ver Ticiano.
Um terra de sombra natural para aceitar melhor a melancolia negra.
Um terra de Siena queimado para o sentimento de duração.
Nota: texto encontrado entre os papéis de Maria Helena Vieira da Silva após a sua morte, onde nos transmite a convicção de que as cores, simples matéria pigmentada, contêm afinal todo o arco-íris de que a vida é composta.
sexta-feira, agosto 02, 2013
Mobilizar
Bandeira hasteada 21.07.2013, Cascais (Grécia & Portugal). In www.dalaiama.blogspot |
Ao contrário do que acontece, por exemplo, na França da Frente Nacional, em Portugal uma parte da esquerda tem ocupado como pode o terreno do nacional, tentando dar-lhe um cunho popular e democrático que pode e deve ser o seu. Afinal de contas, foi neste país que ocorreu uma revolução democrática e nacional que colocou na agenda de um país anteriormente colonizador e colonizado três irrecusáveis D (Democratizar, Descolonizar, Desenvolver). Tendo deixado de ser colonizador, o D de descolonização tem hoje uma nova declinação, num contexto apesar de tudo infinitamente menos coercitivo, pelo menos por enquanto, mas que põe em causa a independência nacional e o desenvolvimento igualitário.De resto, o preconceito racista, mais ou menos velado, não é apenas atributo da versão sombria do nacionalismo, já que tem sido cultivado, a norte, pelos defensores e beneficiários do euro e é reproduzido por elites nacionais que lhe dão a devida coloração social. Para além disso, a história nacional e europeia mostra-nos a outra face do nacionalismo, como bem sublinhou José Manuel Sobral; uma face de que nos esquecemos por nossa conta e risco: «entendido como amor da pátria, como terra própria e dos antepassados e, mesmo, lugar da liberdade e da democracia», «contribuiu para sustentar a resistência que venceu o nazismo e os fascismos». Estou certo que o nacionalismo, se for entendido como o que reivindica esta herança emancipatória, contribuirá para quebrar, pelas periferias e mobilizando as classes populares, esta estrutura de dominação com escala europeia. O que pode haver de mais importante, do ponto de vista ético-político, hoje, neste país?
João Rodrigues
Que fazer neste país? : a centralidade da escala nacional
in Le Monde Diplomatique, edição portuguesa, julho de 2013, p. 6-7
quinta-feira, agosto 01, 2013
Calendário EIG _ Agosto 2013 tem rostos de Portugal
Discrimination is everywhere – hidden and usually within us, both women and men. We accept things as natural’, but they are not natural. They are cultural norms that determine the ways things are.
A discriminação está em toda a parte - oculta e geralmente entre nós, tanto mulheres como homens. Aceitamos as coisas como "naturais", mas não são naturais. São normas culturais que determinam o modo como as coisas são.
Isabel Barreno
What I tell young women is not to give up on their dreams. The struggle is not for social liberties, since these have already been established; the struggle is rather to change the mentality.
O que eu digo às mulheres jovens é para não desistirem dos sues sonhos. A luta não é por liberdades sociais, uma vez que essas já foram estabelecidas; a luta é sobretudo por mudar a mentalidade.
Maria Teresa Horta
Notícia aqui http://aviagemdosargonautas.net/2013/08/01/calendario-com-rosto-de-maria-isabel-barreno-e-maria-teresa-horta-por-clara-castilho/#comments
Subscrever:
Mensagens (Atom)
Ladrões de Bicicletas: A tirania do mérito
Ladrões de Bicicletas: A tirania do mérito : « Quem alcançou o topo, passou a acreditar que o sucesso foi um feito seu, uma medida do seu ...
-
PORTUGAL (de Jorge Sousa Braga, 1981) Portugal Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse oitocentos Que ...
-
Senhores, sou mulher de trabalho, e falo com poucas maneiras, porque as maneiras, são como a luva que calça o ladrão. Ás vezes, eu ponho-me...
-
CANTIGA PARA QUEM SONHA Tu que tens dez reis de esperança e de amor grita bem alto que queres viver. Compra pão e vinho, mas rouba uma fl...