quarta-feira, agosto 21, 2013

Quando a comunicação social se suicida


 
A correspondente de guerra não nega a crise dos jornais: "Existe uma crise dos media, mas não dos leitores." Para ela, essa crise explica-se pela corrida para o simplismo e o sensacionalismo, acompanhada pelos cortes abruptos na qualidade da comunicação social. Os leitores continuam a querer compreender aquilo que acontece no mundo e isso exige um jornalismo que vá para além da histeria das aparências, feito por jornalistas que vão aos locais para contar as histórias e entender as pessoas e as suas circunstâncias.

 Mais escandaloso que o tempo e o modo como Judite Sousa entrevistou um jovem milionário com pouca história é o facto de nenhum órgão de comunicação social nacional ter conseguido enviar um jornalista para o Egipto. Não é o público que só consegue ler as Pepas e os Lorenzos desta vida, é a comunicação social que está a decretar o seu próprio suicídio.
Se lermos a "História de Portugal" organizada por José Mattoso, verificamos que no início do século xx, com uma população escassamente alfabetizada, "O Século" e o "Diário de Notícias" vendiam, cada um, cerca de 100 mil exemplares por dia. Em pleno século xxi, os nossos jornais têm muito menos leitores. Não foram eles que desapareceram, são os jornais, a comunicação social e os jornalistas que não estão a cumprir devidamente o seu papel de informar com qualidade. O que fazem não serve.
Nuno Ramos de Almeida, Agosto 2013 

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