segunda-feira, dezembro 21, 2015

E afinal o que é um livro infantil? - PÚBLICO

O Que Um Livro Pode continuará o debate à volta da edição de livros infantis, de 11 a 13 de Março, em Lisboa (Espaço Rua das Gaivotas, 6), mas centrando-se em projectos internacionais. A organização é partilhada pela editora Ghost, a associação de artes gráficas Oficina do Cego, a plataforma Tipo.pt e a livraria Stet.  
    

E afinal o que é um livro infantil? - PÚBLICO

quarta-feira, dezembro 16, 2015

Afinal de contas, como ler Star Wars?

"Vale lembrar que é importante ter assistido aos filmes antes de ler os livros, principalmente para entender a base do universo dessa galáxia muito distante."



Afinal de contas, como ler Star Wars?

domingo, dezembro 06, 2015

Argentina

"Woman reading", Pablo Picasso


La Mujer Transparente_Aldo Pellegrini A mulher transparente_Aldo Pellegrini
Trad. Port. Maria Fonseca


Tu voz era una bebida que yo sorbía silencioso

ante las miradas asombradas
un pájaro de luz
salió de tu cuerpo transparente
pájaro de luz
instante que revolotea
a una velocidad vertiginosa
atravesando calles y calles
persiguen tu cuerpo que huye
¿cuándo podrás alejar a la jauría enloquecida?
desamparada
te has destrozado al caer
los restos de tu cuerpo se arrastran por todos los rincones
del mundo
ah un día renacerás tú
la transparente
única, inconfundible
levemente inclinada, nunca caída
rodeada de impenetrable silencio
avanzando tu pie frágil entre la vacilante monotonía
ah un día renacerá tu risa
tu risa de pájaro transparente
tu risa herida.


A tua voz era uma bebida que eu sorvia silencioso
frente aos olhares assombrodos
um pássaro de luz
saiu do teu corpo tranaparente
pássaro de luz
instante que se move em reviravoltas
a uma velocidade vetiginosa
atravessando ruas e ruas
perseguem o teu corpo que foge
quando poderás afastar a matilha enlouquecida?
Desamparada
destroçaste-te ao cair
os restos do teu corpo arrastam-se por todos
os cantos
do mundo
ah um dia renascerás, tu
a transparente
única, inconfundível
levemente inclinada, nunca caída
rodeada de impenetrável silêncio
avançando o teu pé frágil entre a vacilante
monotonia
ah um dia renascerá o teu riso
o teu riso de pássaro transparente
o teu riso ferido.

Fonte: https://sites.google.com/site/aldopellegrinipoemas/




terça-feira, novembro 24, 2015

The story of low literacy / Não saber ler, ou ler mal: há uma razão

Lamento por um rio - Jornal O Globo



 O pescador Juliano sobre um dos imensos bancos formados pelo turbilhão de rejeitos: paraíso tansformado em inferno (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Impressionou-me o depoimento de uma mulher do povo Krenak: “O rio já sabia que ia ser morto”, disse ela: “Quando a sujeira veio, ele foi subindo chorando, fazendo barulho. E minha mãe chorando junto”.
Se o rio conhecia o seu destino, quem o matou também deveria conhecer — e com décadas de avanço.
A boa notícia é que os rios são muitíssimo mais resistentes que as pessoas. 
José Eduardo Agualusa
Novembro 2015 


Lamento por um rio - Jornal O Globo

terça-feira, novembro 17, 2015

Aprender, criar sempre



Para não irmos todos num mesmo comboio sem travões...

:)



Rui Horta preparou uma prenda para John Cage - YouTube

País em suspenso à espera da decisão do Presidente



O país está suspenso na decisão do presidente, mas este não parece ter qualquer pressa. Tinha agendado para esta semana uma visita ao arquipélago da Madeira, onde irá inaugurar um “Design Center”, visitar uma empresa de software de gestão e uma empresa de vinhos e participar de uma recepção. Gastará nisso dois dias, segunda e terça-feiras, e decidiu mantê-la. Só quando voltar irá iniciar as consultas aos partidos, necessárias para depois anunciar a sua decisão, que pode ser tomada só daqui a mais uma semana.Se não convocar António Costa para formar governo, Cavaco Silva pode deixar o governo demitido em funcionamento, possivelmente alegando que o governo do PS com o apoio da esquerda não oferece garantias de estabilidade suficientes. Como há eleições presidenciais em janeiro, esta decisão significa passar a batata quente para o presidente seguinte. Constitucionalmente só poderá haver novas eleições gerais em maio-junho de 2016.Uma decisão como esta seria desastrosa: um governo odiado pela maioria da população ficaria em funções, com um papel de mera administração de negócios correntes – nem orçamento pode aprovar – enquanto que o Parlamento, que, esse sim, está em plenitude das suas funções, poderia anular qualquer medida do governo que considerasse ter ultrapassado os seus limites.Pela Constituição, o presidente não pode recusar-se a nomear um governo que conte com a maioria no Parlamento só porque não concorda com ele. Fazê-lo, representaria um verdadeiro golpe constitucional. A intenção seria provocar um certo nível de caos, na esperança de que numas próximas eleições antecipadas, o eleitorado, farto da crise política, desse de novo à direita a maioria necessária para governar. É a velha tática de repetir as eleições até que os resultados agradem.Para além de inconstitucional, esta decisão corre o risco de provocar um efeito muito simples e conhecido: o tiro sair pela culatra. Veremos.


“Apontamentos sobre Portugal” – País em suspenso à espera da decisão do Presidente. Estará em curso um golpe de Estado constitucional? Por Luis Leiria. | A FLECHA

sexta-feira, outubro 30, 2015

Uma nova etapa de maturidade democrática - PÚBLICO



O que é verdadeiramente novo na nossa constelação política é a disponibilidade de várias forças políticas para superarem o que as afasta e se concentrarem prioritariamente em apresentar uma alternativa a este quadro político. Fazem-no, na medida em que consideram prioritária a defesa do texto constitucional pelo futuro executivo, a devolução de rendimento e dignidade às famílias, e a rejeição da desvalorização sistemática dos serviços públicos essenciais para a nossa vida em comum.


Uma nova etapa de maturidade democrática - PÚBLICO

Por Bibliotecas Transformadoras e Em Transformação (EUA, 2015)


Ver mais aqui
http://www.librariestransform.org/#because

BECAUSE 
EMPLOYERS WANT CANDIDATES
 WHO KNOWS THE DIFFERENCE BETWEEN 
A WEB SEARCH 
AND 
RESEARCH

quarta-feira, outubro 28, 2015

Bibliotecas, Clínicas da Alma



Librarians are not trained to act as social workers, caregivers, babysitters or medical advisers. All these extra tasks make it difficult, if not impossible, for librarians to work as librarians: to see that the collections remain coherent, to sift through catalogues, to help readers read, to read themselves. The new duties imposed on them are the obligations of civilized societies toward their citizens, and should not be dumped pell-mell onto the shoulders of librarians. If we change the role of libraries and librarians without preserving the centrality of the book, we risk losing something irretrievable.
Albert Manguel, 2015 


Reinventing the Library - The New York Times

quarta-feira, outubro 14, 2015

Neg Ócios

By Luís Vargas, via Miguel Vale de almeida (Facebook, hoje)
Não resisti! Viva a ironia...

Como ensinou o poeta.
Eles passarão
Eu, passarinho
(Mário Quintana)

quarta-feira, setembro 23, 2015

Um país que não vem nas sondagens e anda a treinar a imaginação


Parece um rio, é um rio mas também faz parte de uma bacia hidrográfica, amiga de lençóis friáticos. A leitura, as literacias, a imaginação e a palavra fluem em Portugal, nas profundezas da sua gente, e alimentam muitas e boas iniciativas, neste último fim de semana de Setembro. 
O povo inventa, e em lado nenhum se nega a palavra, como se não deve negar a água a quem tem sede. A água e a imaginação são de todos, quanto mais se partilham mais se estimam e cultivam.

Este fim de semana, vai ser assim na Caparica e na Trafaria, o Rio de Contos, Encontro de Narração Oral de Almada, org. Laredo.
Ler mais aqui



O movimento começa mais cedo, com uma fabulosa Conferência Internacional em Beja, dias 25 e 26, que nos chega pela mão do TALES – Stories for Learning in European Schools, um Projecto Multilateral Comenius que procura divulgar técnicas de narração oral no contexto da sala de aula, desenvolvendo metodologias e recursos pedagógico: raízes europeias, mediterrânicas, atlânticas.

Ler mais aqui
Na verdade, aflorou desde o dia 22, em Évora, com o Contanário, até 24, org. Contabandistas.
Ler mais aqui

Noutra frente, com números a fazerem de palavras e +alavras a conversar com números e imagens, em Lisboa, no dia 21 de Setembro, a PORDATA lançou o seu Pordata Kids.




E em Outubro, preparem-se: há mais!
Em Almada, em Coimbra, em Évora, em Óbidos, em Estarreja, em Lisboa, Vila Real, em Madrid e Marília (S. Paulo).
Numa fonte perto de si, vai ver que estes rios também espreitam, e que muitos nadam neles como peixes voadores. É preciso saber olhar, e ver.

Como dizia Galileu: move-se!

sábado, setembro 12, 2015

Para que serve a Matemática?

Camille Paglia - O impacto do ensino da arte (ou da falta dele) na percepção do mundo | Fronteiras do Pensamento







A arte é o casamento do ideal e do real. Fazer arte é um ramo da artesania. Artistas são artesãos, mais próximos dos carpinteiros e dos soldadores do que dos intelectuais e dos acadêmicos, com sua retórica inflacionada e autorreferencial. A arte usa os sentidos e a eles fala. Funda-se no mundo físico tangível.
O pós-estruturalismo, com suas origens linguísticas francesas, tem a obsessão pelas palavras e, com isso, é incompetente para interpretar qualquer forma de arte além da literatura. O comentário sobre arte deve abordá-la e descrevê-la em seus próprios termos. Deve-se manter um delicado equilíbrio entre os mundos visível e invisível. Aqueles que subordinam a arte a uma agenda política contemporânea são tão culpados de propaganda e rigidez literal como qualquer pregador vitoriano ou burocrata stalinista.
Para semana, Camille Paglia fala nas Fronteiras do Pensamento 2015, em São Paulo, Brasil

Camille Paglia - O impacto do ensino da arte (ou da falta dele) na percepção do mundo | Fronteiras do Pensamento

segunda-feira, setembro 07, 2015

O FUTURO COMEÇA COM O ALFABETO

Dia Internacional da Literacia
2015
800 milhões de adultos no mundo não sabem ler

New technologies, including mobile telephones, also offer fresh opportunities for literacy for all. We must invest more, and I appeal to all Members States and all our partners to redouble our efforts – political and financial – to ensure that literacy is fully recognized as one of the most powerful accelerators of sustainable development. The future starts with the alphabet.   
UNESCO Director-Gener
unesdoc.unesco.org/images/0023/002338/233891E.pdf

sábado, setembro 05, 2015

A Europa errada está a sofrer o efeito boomerang | Esquerda



"A resposta a esta crise mostra que esta tem sido a União Europeia errada e toda a gente tem encolhido os ombros, principalmente líderes políticos deslumbrados com as luzes da ribalta política, com a possibilidade de passear na Grand Place de Bruxelas e com um lugar à mesa nas grandes cimeiras, transformadas em passadeiras da vaidade, de onde não saem políticas nem ideias consistentes que façam deste continente esse lugar de paz, de verdadeira solidariedade, de desenvolvimento e de farol dos Direitos Humanos. Tem sido o vazio, onde a especulação financeira é o grande deus. Apenas isso."

"Neste momento há uma tentação de agradecer a sírios, afegãos, iraquianos, líbios, somalis, e tantos outros, por nos terem ajudado a perceber a União Europeia que temos. Pura e simplesmente não existe, a não ser para a grande negociata e bela vida em Bruxelas e arredores. "

A Europa errada está a sofrer o efeito boomerang | Esquerda

Texto de José Manuel Rosendo, originalmente publicado no seu blog, meu Mundo minha Aldeia

segunda-feira, agosto 31, 2015

Algumas coisas que a esquerda tem a aprender com a direita – Tudo Menos Economia - PÚBLICO



No entanto, para os novos líderes da direita falta de ideologia não significa ausência de ideias: pelo contrário, o vazio do pragmatismo é mesmo uma engenharia social, preenchida pela doutrina das chamadas “reformas estruturais”. Na medida em que esta língua de pau se tornou hegemónica na Europa, o caminho estava facilitado: vários governos falam a mesma ideologia e a transumância política entre o centro e a direita é assim facilitada.
Algumas coisas que a esquerda tem a aprender com a direita – Tudo Menos Economia - PÚBLICO

sexta-feira, agosto 28, 2015

Português batucado



E agora mesmo, em Luanda, a capital de Angola, os jovens que cantam e dançam o kuduru e os rapazes que dormem nas ruas sem saberem bem porquê falam um português que já não se lembra do kimbundo, mas que é tecido de luandensidades linguísticas de uma resistência à urbanidade que os enxotou do seu veículo de crescimento betuminoso. 
Bem ouvimos as nossas zungueiras darem bué de maçada nos fiscais, xé!, os madíé já chegaram!, arreió, arreió (para dizer que o preço baixou), ou está passá feijão, é feijão frade, é feijão espera-cunhado, é feijão catarino, está passá feijão!, pela boca do gramofone chinês a pilhas. 
Mas é também no discurso oficial que ouvimos dizer “contribuir no desenvolvimento”, tão repetida expressão em que o verbo perde a preposição “para” que lhe fora destinada pela lei da língua. Como esta mudança, há bastantes outras, a lembrar-nos que toda a língua tem transformações, ou melhor, evoluções (Darwin), mas tem sempre uma gramática que lhe impõe regras.
A verdade final é que um troféu ou herança representa sempre um valor, um recurso que, no caso da língua, é vital para a nossa unidade nacional e para nos comunicarmos com o universo. Por isso, não somos assim tão livres de fazer com ela tudo aquilo que nos der na real gana. É urgente que a Escola angolana dê aos seus alunos bons professores com o português bem afi(n)ado na ponta da língua.


O portungolano como expressão da bantulusofonia - PÚBLICO

quinta-feira, agosto 20, 2015

Dar a cara pelo amor


(Sobre o amor)
EXTRATO DA ENTREVISTA DADA EM 2012 POR ALEXANDRE QUINTANILHA E RICHARD ZIMLER A ANABELA MOTA RIBEIRO:
"Como é que se conheceram? 
AQ – Num café. 
RZ – Num café maravilhoso. 
AQ – Num café maravilhoso em São Francisco, que se chama Café Flore, como o de Paris. Ia lá ao domingo de manhã tomar um café e comer um muffin. Estava a conversar, estava a falar de Proust – pretensioso e intelectual! – e ele apareceu com mais duas pessoas. De repente os nossos olhos cruzaram-se. Achei-o lindíssimo, porque era e por que é. Eu estava a falar e a pessoa com quem eu estava levantou-se para ir buscar um café; ele veio ter comigo e começou a conversar. “Por que é que não vamos?”. E eu disse: “Deixa-me pelo menos acabar a conversa”. Acabei a conversa e fomos. Estivemos uns três dias juntos, sem parar. 
RZ – Fomos ao meu apartamento, que eu partilhava com duas pessoas. No meu quarto não havia móveis. Dormia em cima de um colchão de sumaúma que tinha comprado por cinco dólares. Estava limpo, tinha lençóis, mas eu não tinha dinheiro nenhum. 
AQ – A parte mais importante do corpo de uma pessoa é a cara."

Bela entrevista. Obrigada pela lembrança e pela foto, Isabel Duarte

quarta-feira, agosto 19, 2015

I see words! I see how books work

Biblioteca, essencial ao leitor - Toronto Public Library



"Toronto Public Library (assim, em singular mesmo) é o maior sistema de bibliotecas públicas do Canadá, com sede em Toronto. Em 2008 foi considerado o maior “sistema de bibliotecas regionais/locais” do mundo, já que possuía em média uma circulação/utilização per capita maior do que qualquer outro sistema de bibliotecas públicas do mundo. O Toronto Public Library foi criado em 1830 e é constituída por 100 bibliotecas e mais de 12 milhões de itens em sua coleção."

"Cartão feito: o que eu tenho direito?
– Pegar livros, música, filmes e muito mais;
 Reservar materiais e poder pegar eles na biblioteca que fica localizada mais próxima da sua casa (tudo online, muito rápido e prático);
– Usar bancos de dados de pesquisa para acessar arquivos de revistas e jornais científico, diretórios de negócios e outros conteúdos especializados;
 Reservar um determinado tempo de computador em qualquer biblioteca;
– Ter acesso gratuito a museus e outras atrações de Toronto (veja mais abaixo); e,
–Ter acesso a tecnologia de ponta e formação para os Hubs Inovação Digital, como impressoras 3D e outros."
"Há 3 tipos de bibliotecas: Reference Libraries (maiores), District Branches (tamanho médio) e Neighbourhood Branches (menores)." Mapa e Horários (domingos também há)
"The Adult Literacy Program offers free, one-on-one tutoring in basic reading, writing and math for English-speaking adults 16 years or older. Volunteer tutors work with learners to help them reach their literacy goals."


Toronto Public Library: como funciona o sistema de bibliotecas públicas de Toronto - Gaby no Canadá

segunda-feira, agosto 17, 2015

Bibliotecas, bibliotecários: resiliência, melhor que resistência




“You need to become an expert on many
subjects, not just taxonomies …you should
know enough to be dangerous.”

CONCLUSION 
Resilient libraries are run by resilient librarians – professionals who can bounce back from
unexpected and uncontrollable events that impact libraries and librarianship today and
not simply recover from, but triumph over challenges – even creating positive change.
 
They
are:

 Visionary – with the ability to imagine expanded relevance and influence 
• Innovative – using classic skills in new ways and finding new tools
• Strategic – tying content, products and services to organizational business needs
and objectives
 
• Proactive – creating opportunities for the library to contribute and participate 
• Networked – with connectivity to company leadership, other departments,
professional peers
Our SLA 2015 panelists are all change agents who make change work for their departments
and for themselves as they stay focused on the above principles.
 
Two of our speakers
have had promotions during the past year, and one of them has demonstrably turned
around a tenuous situation as the new leader of her department.
 
A resilient librarian is a change manager. Accepting the new, the different, the exciting,
the inconvenient - even the stressful - and developing a strategy for managing it can be
extremely empowering. As our speakers have shown, leaders who successfully manage
change both reassure and inspire their teams – and individual contributors who navigate
change build a professional confidence that allows them to thrive. When you imagine
and plan the best future for special libraries, think “change agency,” and resilience rather
than resistance"


Lucidea White Paper (2015)

lucidea.com/wp-content/uploads/2015/07/Lucidea-WP-Building-the-Resilient-Library.pdf?submissionGuid=77f789cc-e77a-4e7e-83e0-b1fd5b695756

terça-feira, agosto 04, 2015

Cécile Veilhan



L'aventure

Abstinência digital



É preciso aprender a comer, a beber, e a gerir tanta informação. Precisamos dominar a arte da palavra, e a arte do silêncio, para não perdermos os sentidos, nem o sentido.

«Simplemente, para que os hagáis una idea, pensad en la cantidad de imágenes que sois capaces de consumir al día. Imágenes elaboradas. Los españoles consumimos una media de cuatro horas de televisión y otras cuatro de ordenador (o tablets, o móviles), navegando por internet. De esas cuatro, dos son en las redes sociales. Pensar en imágenes cuando hablamos de televisión parece obvio, pero es que en internet lo más demandado ahora mismo son los vídeos multisoporte. Vemos muchas, muchas imágenes. No es algo malo en sí mismo pero sí que es necesario estar formados, alfabetizados mediáticamente para que el consumo sea óptimo, crítico y selectivo».


¿Hacia la abstinencia digital? | Comunidad Valenciana | EL MUNDO

segunda-feira, julho 27, 2015

Nu te fermare - Canzoniere Grecanico Salentino



CGS: "Pizzica Indiavolata è la musica di una terapia, figlia della tradizione del tarantismo, fatta per esorcizzare però, col suono di una musica allo stesso tempo ancestrale e moderna, i mali dei nostri giorni".


Pizzicca Indiavolata é a música de uma terapia, filha da tradição do tarantismo (tarantela), feita para exorcizar, mas com o som de uma música ao mesmo tempo ancestral e moderna, os males dos nossos dias.

sábado, julho 25, 2015

Oakville, 2015

Oakville, 2015. (com photoshop) Foto José Sousa Dias

Ler, viver



CARTA PARA STELLA E FRED, MEUS IRMÃOS

Esta carta que é só nossa, e é
um grande segredo,
desde os anos já volvidos,
repõe a boiar a nossa infância.

Os anos passam, e rolam
já temos os três cinquenta,
com muita trama da vida, glicínias, espinhos
e outras plantas só para nós três.

Bichos de seda, lembram-se?
Nós à espera, à espera da borboleta branca
que perfura o seu berço fechado a sete véus -
nasce e logo foge e morre.
- A minha voou pelo espaço;
e as vossas? Onde foram?

Agarrem manos, agarrem!
na primavera há sempre borboletas.
apesar dos paraísos e infernos.

Vamos à vida, manos, vamos,
que ela só tem um vôo
como as borboletas dos bichinhos de seda
da nossa infância distante.

BENS ADQUIRIDOS
(Guimarães Editores)
Margarida Futscher

1920-1981

terça-feira, julho 21, 2015

'Queremos promover masculinidades não violentas'



De onde virá a “revolução”?
Da socialização. Fizemos estudos que mostram como há uma transmissão da violência de geração para geração. Se a prática do cuidado for disseminada nessa lógica, conseguiremos promover a transmissão geracional deste valor.
A senhora fala muito da importância de se trabalhar a masculinidade. Que “masculinidade” é essa?
Queremos promover masculinidades não violentas. A masculinidade é construída em torno de conceitos como racionalidade, razão, frieza e violência. A mulher fica com emoção e paz. O nó está nessa dinâmica de oposição e antítese.
Esse esforço fica ofuscado no debate de gênero?
O mundo tem avançado nos últimos 20 anos. Estamos mais perto do que longe do ideal. Para mim, não há distinção entre o movimento de masculinidades e o feminismo. Mas existe ainda a tendência de fratura. O investimento visa a respostas imediatas para as vítimas de violência, o que é necessário. Mas, se queremos também a prevenção e os agressores são homens, não podemos trabalhar só com mulheres

Leia mais sobre esse assunto em 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 


Tatiana Moura, socióloga: 'Queremos promover masculinidades não violentas' - Jornal O Globo

segunda-feira, julho 13, 2015

Viagens filosóficas: Exposição em Coimbra leva-nos até ao fim do mundo vivo de setecentos - PÚBLICO




 Inaugurada em meados de Maio,Natureza Exótica – Viagens Filosóficas de Naturalistas pode ser visitada até 11 de Outubro, de terça-feira a domingo.

Para realizar a exposição, o Museu da Ciência estabeleceu uma parceria com o Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, que forneceu as ilustrações e parte dos artefactos. “O objectivo da exposição é associar a cada espécime a respectiva ilustração feita pelo riscador que acompanhava o naturalista na viagem”, explica Pedro Casaleiro.
Viagens filosóficas: Exposição em Coimbra leva-nos até ao fim do mundo vivo de setecentos - PÚBLICO

terça-feira, julho 07, 2015

Herberto Helder :: Quem fabrica um peixe fabrica duas ondas / Dito por F...

"O Brasil são mil ideias"

Flip 2015 - Roberto Saviano : não há tráfico sem aliança com burguesia

Mapa das letras que compoem o genoma humano



A História de Portugal contada pelos nossos genes - PÚBLICO (2011)



Ler mais aqui

(2012) http://www.paisefilhos.pt/index.php/actualidade/noticias/5370-genoma-humano-tem-novo-mapa

(2015) http://dererummundi.blogspot.pt/2015/02/novo-mapa-do-epigenoma-humano-e-o.html


As 100 linguagens dos meninos



Video inspirado no poema de Loris Malaguzzi
(versão em português minha)

E ao invés o cem existe


A criança / é feita de cem.

A criança tem / cem línguas / cem mãos / cem pensamentos / cem modos de pensar / de brincar de falar / cem sempre cem / modos de escutar / de ficar sem palavras de amar / cem alegrias / para cantar e entender

cem mundos / para descobrir / cem mundos / para inventar / cem mundos / para sonhar.

A criança tem / cem línguas / (e mais cem cem cem) / mas roubam-lhe noventa e nove.

Dizem-lhe: / para pensar sem mãos / para fazer sem cabeça / para escutar e não falar / para entender sem alegrias / para amar e para ficar sem palavras / só na Páscoa e no Natal.

Dizem-lhe: / para descobrir o mundo que já é / e dos cem / roubam-lhe noventa e nove.

Dizem-lhe: / que o brincar e o trabalhar / a realidade e a fantasia / a ciência e a imaginação / o Céu e a Terra / a razão e o sonho / são coisas / que não se juntam.

Dizem-lhe em suma / que o cem não existe.
A criança diz: / o cem existe.
Loris Malaguzzi



A partir do original, em PensieriParole

Invece il cento c’è

Il bambino

è fatto di cento.

Il bambino ha
cento lingue
cento mani
cento pensieri
cento modi di pensare
di giocare e di parlare

cento sempre cento
modi di ascoltare
di stupire di amare
cento allegrie
per cantare e capire

cento mondi
da scoprire
cento mondi
da inventare
cento mondi
da sognare.

Il bambino ha
cento lingue
(e poi cento cento cento)
ma gliene rubano novantanove.

Gli dicono:
di pensare senza mani
di fare senza testa
di ascoltare e di non parlare
di capire senza allegrie
di amare e di stupirsi
solo a Pasqua e a Natale.

Gli dicono:
di scoprire il mondo che già c’è
e di cento
gliene rubano novantanove.

Gli dicono:
che il gioco e il lavoro
la realtà e la fantasia
la scienza e l’immaginazione
il cielo e la terra
la ragione e il sogno
sono cose
che non stanno insieme.

Gli dicono insomma
che il cento non c’è.
Il bambino dice:
invece il cento c’è.
Loris Malaguzzi

terça-feira, junho 30, 2015

Shelfie

A picture or portrait of your bookshelf. Showcasing literature IN ALL IT'S GLORY!

(This term was originally defined by author Rick Riordan).

Not to be confused with selfie .
As you can see, everything in my shelfie is color coordinated.

Urban Dictionary: Shelfie

domingo, junho 21, 2015

O sorriso da árvore


António Lobo Antunes - As mulheres têm fios desligados. 
Há uns tempos a Joana:
- Pai, acabei um namoro à homem.
Perguntei como era acabar um namoro à homem e vai a miúda:
-Disse-lhe o problema não está em ti, está em mim.
O que me fez pensar como as mulheres são corajosas e os homens cobardes. Em primeiro lugar só terminam uma relação quando têm outra. Em segundo lugar são incapazes de
- Já não gosto de ti
de
- Não quero mais
chegam com discursos vagos, circulares
- Preciso de tempo para pensar
- Não é que não te amo, amo-te, mas tenho de ficar sozinho umas semanas
ou declarações do género de
- Tu mereces melhor do que eu
- Estive a reflectir e acho que não te faço feliz
- Necessito de um mês de solidão para sentir a tua falta
e aos amigos
- Dá-me os parabéns que lá me consegui livrar da chata
- Custou-me mas foi
- Amandei-lhe daquelas lérias do costume e a gaja engoliu
- Chora um dia ou dois e passa-lhe
e pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, nos colarinhos das camisas e nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com quem estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos quando querem fazer amor e acabado o amor arranjam um pretexto para se levantar (chichi, sede, fome, a janela de que se esqueceram de baixar o estore)
ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas,
pá, e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarradas à gente, no ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo? Lembro-me de um sujeito que explicava
- O maior prazer que me dá ter relações com a minha mulher é saber que durante uma semana estou safo
e depois pegam-nos na mão no cinema, encostam-se, colam-se, contam histórias sem interesse nenhum que nunca mais terminam, querem variar de restaurante, querem namoro, diminutivos, palermices e nós ali a aturá-las. O Dinis Machado contava-me de um conhecedor que lhe aclarava as ideias
- As mulheres têm fios desligados
e um outro elucidou-me que eram como os telefones: avariam-se sem que se entenda a razão, emudecem, não funcionam e o remédio é bater com o aparelho na mesa para que comecem a trabalhar outra vez. Meu Deus, que pena me dão as mulheres. Se informam
- Já não gosto de ti
se informam
-Não quero mais
aí estão eles a alterarem a agressividade com a súplica, ora violentos ora infantis, a fazerem esperas, a chorarem nos SMS a levantarem a mãozinha e, no instante seguinte, a ameaçarem matar-se, a perseguirem, a insistirem, a fazerem figuras tristes, a escreverem cartas lamentosas e ameaçadoras, a entrarem pelo emprego dentro, a pegarem no braço, a sacudirem, a mandarem flores eles que nunca mandavam flores, a colocarem-se de plantão à porta dado que aquela puta há-de ter outro e vai pagá-las, dispostos a partes-gagas, cenas ridículas, gritos. A miséria da maior parte dos casais, elas a sonharem com o Zorro, com o Che Guevara ou eles a sonharem com o decote da vizinha de baixo, de maneira que ao irem para a cama são quatro: os dois que lá se deitam e os outros dois com quem sonham. Sinceramente as minhas filhas preocupam-me: receio que lhe caia na sorte um caramelo que passe à frente delas nas portas, não lhes abra o carro, desapareça logo a seguir por chichi-sede-fome-persiana-mal-descida-e-os-ladrões-percebes, não se levante quando entram, comece a comer primeiro e um belo dia
(para citar noventa por cento dos escritores portugueses)
- O problema não está em ti, está em mim
a mexerem na faca à mesa ou a atormentarem a argola do guardanapo, cobardes como sempre. Não tenho nada contra os homens: até gosto de alguns. Dos meus amigos. De Shubert. De Ovídio. De Horácio, de Virgílio. De Velásquez. De Rui Costa. De Einzenberger. Razoável, a minha colecção. Não tenho nada contra os homens a não ser no que se refere às mulheres. E não me excluo: fui cobarde, idiota, desonesto.
Fui
(espero que não muitas vezes)
rasca.
Volta e meia surge-me na cabeça uma frase de Conrad em que ele comenta que tudo o que a vida nos pode dar é um certo conhecimento dela que chega tarde demais. Resta-me esperar que ainda não seja tarde para mim. A partir de certa altura deixa-se de se jogar às cartas connosco mesmos e de fazer batota com os outros. O problema não está em ti, está em mim, que extraordinária treta. Como os elogios que vêm logo depois: és inteligente, és sensível, és boa, és generosa, oxalá encontres etc., que mulher não ouviu bugigangas destas? Uma amiga contou-me que o marido iniciou o discurso habitual
- Mereces melhor que eu
levou como resposta
- Pois mereço. Rua.
Enfim, mais ou menos isto, e estou a ver a cara dele à banda. Nem uma lágrima para amostra. Rua. A mesma lágrima para amostra. Rua. A mesma amiga para uma amiga sua
- O que faço às cartas de amor que me escreveu?
e a amiga sua
- Manda-lhas. Pode ser que lhe façam falta.
Fazem de certeza: é so copiar mudando o nome. Perguntei à minha amiga
- E depois de ele se ir embora?
- Depois chorei um bocado e passou-me.
Ontém jantámos juntos. Fumámos um cigarro no automóvel dela, fui para casa e comecei a escrever isto. Palavra de honra que na janela uma árvore a sorrir-me. Podem não acreditar mas uma árvore a sorrir-me.

in  Visão nº 804 de 31/Jul/08. 

Ladrões de Bicicletas: A tirania do mérito

Ladrões de Bicicletas: A tirania do mérito : « Quem alcançou o topo, passou a acreditar que o sucesso foi um feito seu, uma medida do seu ...