O pescador Juliano sobre um dos imensos bancos formados pelo turbilhão de rejeitos: paraíso tansformado em inferno (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Impressionou-me o depoimento de uma mulher do povo Krenak: “O rio já sabia que ia ser morto”, disse ela: “Quando a sujeira veio, ele foi subindo chorando, fazendo barulho. E minha mãe chorando junto”.
Se o rio conhecia o seu destino, quem o matou também deveria conhecer — e com décadas de avanço.
A boa notícia é que os rios são muitíssimo mais resistentes que as pessoas.
José Eduardo AgualusaNovembro 2015
Lamento por um rio - Jornal O Globo
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