Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
quarta-feira, maio 31, 2017
terça-feira, maio 30, 2017
Nas artes mais que nas ciências sociais as utopias são reapropriadas
A história da ocupação humana no planeta garante-nos que não há futuro na depredação capitalista, que a economia financeirizada mesmo que seja renovada constantemente com instrumentos hi-tech, conduz-nos inevitavelmente ao abismo da barbárie. A pobreza aumenta sempre, mesmo que a riqueza também. E essa barbárie está à vista. Bem visível na Europa e no cemitério em que se tornou o Mediterrâneo, nos fascismos reciclados que ganham respeitabilidade eleitoral, nas direitas clássicas que se aproximam dos fascismos nas propostas e métodos, na erosão da esquerda que sempre que quer ser respeitável e se põe em bicos de pés para gerir o neoliberalismo, fica igual à direita, na União Europeia que mesmo sendo um negócio para os seus ricos, parece ser a última barricada contra o conservadorismo.
O futuro existe agora | João Carlos Louçã – Praxis Magazine – Medium
sábado, maio 27, 2017
sexta-feira, maio 26, 2017
Ler os sinais
Anteontem, o futuro sentou-se nas escadas de uma escola de Vagos a berrar contra "a homofobia", porque soube que duas colegas raparigas tinham sido chamadas à Direção por fazerem uma coisa que um colega rapaz e uma colega rapariga podiam fazer livremente: beijar-se.
Claro que o futuro é imaturo, funciona à velocidade das redes sociais e sem medir as consequências das suas ações. Mas o futuro é mesmo assim, ainda se está a formar, tem pouco tempo para ponderação, mas quando responde com o instinto certo tem de ser acarinhado.
Eu vi o futuro/ David Pontes. JN
Movimento Acción Poética, em cidades desde 1996
http://culturainquieta.com/es/inspiring/item/8551-las-mejores-frases-de-accion-poetica-y-una-breve-explicacion-sobre-el-movimiento.html
sexta-feira, maio 19, 2017
Miranda do Corvo, 19.5.2017
TEMPOS
E LUGARES DE NÓS-OUTROS, IGUALDADE E CIDADANIA
Maria
José Vitorino
Laredo
Associação Cultural
19
de Maio de 2015
Agradeço
o convite que me foi endereçado para participar nesta Conferência
na bela Serra da Lousã, que generosamente nos acolhe num ambiente
tão propício à reflexão como favorável ao desenho que se sugere
para a Biblioteca, ou para cada biblioteca, e para o papel que podem
desempenhar no mundo. Lamento não poder permanecer no segundo dia da
Conferência, por motivos profissionais inadiáveis, pois estou certa
que vai ser muito estimulante.
Nesta
primeira manhã, cabe-me partilhar com a Manuela Barreto Nunes e a
Margarida Mota, queridas colegas bibliotecárias, a primeira mesa de
desafios, antes da comunicação de Roberto Soto Aranz. Convido-vos a
um pequeno aperitivo para a nossa conversa – numa mesa de 3
mulheres, como eram as Moiras, ou Parcas , mas neste caso ao
contrário da mitologia, fiando fios para tecer por bons destinos.
Assim seja!
No
aprazível Hotel onde nos encontramos, os quartos têm designações
inspiradoras, e a sua descodificação pode ser deveras estimulante.
Coube-me Hefesto, uma saborosa ironia e uma escolha muito adequada.
A
omnipresente Wikipedia, com todas as suas limitações, dá
informação:
Hefesto
ou Hefaísto (em grego: Ήφαιστος, transl.: Hēphaistos)
e “um deus da mitologia grega, cujo equivalente
na mitologia romana era Vulcano. Filho de Zeus e Hera,
rei e rainha dos deuses ou, de acordo com alguns relatos, apenas de
Hera, era o deus da tecnologia,
dos ferreiros, artesãos, escultores, metais, metalurgia, fogo e
dos vulcões. Como outros ferreiros mitológicos, porém ao
contrário dos outros deuses, Hefesto era manco, o que lhe dava uma
aparência grotesca aos olhos dos antigos gregos. Servia como
ferreiro dos deuses, e era cultuado nos centros manufatureiros e
industriais da Grécia, especialmente em Atenas. O centro de seu
culto se localizava em Lemnos.
Os
símbolos de Hefesto são um martelo de ferreiro,
uma bigorna e uma tenaz, embora por vezes tenha sido
retratado empunhando um machado.Hefesto foi responsável, entre
outras obras, pela égide, escudo usado por Zeus em
sua batalha contra os titãs. Construiu para si um magnífico e
brilhante palácio de bronze, equipado com muitos servos mecânicos.
De suas forjas saiu Pandora, primeira mulher mortal.
Talvez
por também eu ser coxa, e assumir um fascínio pelas tecnologias e
pela inovação em dispositivos vários associados à leitura e às
bibliotecas, me seja tão grata esta associação ao simbólico que
Hefesto nos transmite. Talvez seja coincidência o quarto que me
atribuíram, mas é certamente uma feliz coincidência. E como são
preciosas as felizes coincidências!
Sou
bibliotecária e professora, e realmente de certo modo uma artesã,
faço coisas – faço bibliotecas.... E como nas forjas antigas,
nenhum de nós trabalha sozinho: são sempre equipas, muitos braços
e olhos, e sempre com alguém mais novo a aprender dia a dia os
segredos do ofício.
Tal
como os ferreiros, amo as minhas ferramentas, e pouco importa que
elas hoje pareçam bem diferentes da bigorna e da tenaz. Tecnologia e
literacia são membros dum mesmo corpo construtor, e para nadarmos
nos mares do presente precisamos de os coordenar nos nossos movimentos.
Nada se faz sem riscos, e tal como o mitológico ferreiro sofreu os efeitos da exposição ao arsénio, com consequências no seu corpo, quem hoje se arrisca na forja das bibliotecas sujeita-se, frequentemente, a perdas e danos, que valem a pena se fizerem sentido numa visão e num compromisso que transcende a esfera individual. É preciso pois reunir tecnologia, literacia, cidadania e alguma ousadia. Serão estes elementos que teremos de associar na liga que sustente as bibliotecas de que precisamos para a nossa sobrevivência enquanto Humanidade, neste Planeta Terra, ou Gaia, se preferirem... Uma liga ao mesmo tempo resistente e ágil, leve, portátil, à medida da mão, do coração e da razão da Gente de hoje, em toda a parte.
Nada se faz sem riscos, e tal como o mitológico ferreiro sofreu os efeitos da exposição ao arsénio, com consequências no seu corpo, quem hoje se arrisca na forja das bibliotecas sujeita-se, frequentemente, a perdas e danos, que valem a pena se fizerem sentido numa visão e num compromisso que transcende a esfera individual. É preciso pois reunir tecnologia, literacia, cidadania e alguma ousadia. Serão estes elementos que teremos de associar na liga que sustente as bibliotecas de que precisamos para a nossa sobrevivência enquanto Humanidade, neste Planeta Terra, ou Gaia, se preferirem... Uma liga ao mesmo tempo resistente e ágil, leve, portátil, à medida da mão, do coração e da razão da Gente de hoje, em toda a parte.
O
desafio é servirmos, não deuses, mas homens e mulheres iguais,
fraternos e felizes.
A
perfeição das formas exteriores não é o que Hefesto dá, nem o
que procura – e as imperfeições, dificuldades e carências não lhe repugnam, antes o fazem voltar à forja, inventar, construir,
martelar, aperfeiçoar, fabricar, e dar a outros os frutos do seu
labor, para que sejam úteis ao caminho de cada um. Que melhor
metáfora, amigos bibliotecários, para a nossa labuta, seja na
biblioteca móvel que calcorreia caminhos com livros e jornais e
conversa atenta, seja nos conteúdos alimentados na web diariamente, seja
nas bibliotecas municipais ou nas universitárias?
Retomando
o título deste meu contributo, atrevo-me a um pequeno exercício de
invocação. Que Hefesto nos inspire na invenção de Bibliotecas
como dispositivos de espelhos. Neste tempo de selfies e Narcisos, por
um lado, e, por outro, de avassaladora comunicação virtual através de
distâncias físicas imensas (tal como nos sinais de espelhos usados
militarmente noutro tempo), o espelho é também uma analogia com
grande potencial.
Serão
as bibliotecas salas de espelhos, onde poderemos descobrir mais sobre
nós mesmos e sobre o Outro, espelhos mágicos a atravessar, como
Alice, pelo puro prazer da descoberta, ou para mover o mundo de
pernas para o ar e o transformar noutro melhor?
Nos
anos 70 do século passado, o Manuel António Pina bem anunciou esse
caminho, no livro O País das Pessoas de Pernas Para o Ar:
Um
dia fez as malas e foi conhecer mundo. Chegou a uma terra em que as
pessoas andavam todas de pernas para o ar e de cabeça para baixo. As
pessoas daquele país calçavam os sapatos nas mãos e as luvas nos
pés.
Zeus
venceu os Titãs graças ao escudo que Hefesto concebeu e construiu.
Construamos
Bibliotecas como as múltiplas obras de Hefesto, providenciemos
bibliotecas ao povo, e venceremos os modernos Titãs. Que Pandoras
sairão das nossas forjas?
As
boas histórias são assim, levam-nos os pensamentos longe, e nós
regressamos sempre mais ricos, mais fortes, mais sábios de novas
perguntas. Saibam as bibliotecas manter-se casas de boas histórias,
abertas, fraternas e livres, e não teremos feito pouco.
Por
hoje, bem dito e louvado, está o conto acabado.
Conferência
Ibérica
promovido
por Fundação ADFP
Miranda
do Corvo, Hotel Parque Serra da Lousã, 19-20 de Maio de 2017
quarta-feira, maio 17, 2017
domingo, maio 14, 2017
José Mário Branco - Canção "Mudar de Vida" - YouTube
Leitura noturna pela voz do José Mário Branco. Valores para mudar de vida :).
José Mário Branco - Canção "Mudar de Vida" - YouTube
José Mário Branco - Canção "Mudar de Vida" - YouTube
Amar
Europa, 2017
Homenagem singela a Salvador Sobral e ao seu traje negro que nos recorda as camisolas que o proibem de vestir, proibições ridículas mas mesmo assim tentadas, e todas as bandeiras que o nosso coração ama por dois e ergue por todos.
Viva a ironia, a utopia e o sonho. Viva a nossa bela língua portuguesa.
Viva a Música e a Poesia.
Imagem REUTERS/GLEB GARANICH de Salvador Sobral na final do concurso da Eurovisão, Kiev, 13.05.2017, publicada aqui. Numa conferência de imprensa, usou uma camisola com "SOS REFUGEES" e apelou ao que chamou "humanitarismo". Esta veste foi proibida pela organização do Festival.
A canção "Amar pelos dois" venceria o concurso. Sou fan de Salvador Sobral há muito tempo, e fiquei feliz, há sinais de esperança que nos animam. Até agora, a minha interpretação favorita da canção é esta
sábado, maio 13, 2017
sexta-feira, maio 12, 2017
O nosso tempo é um bicho que só tem pescoço│Mia Couto
Mia pondera sobre a velocidade característica do mundo contemporâneo, “uma espécie de corrida infrutífera para não ficarmos desatualizados”, que torna tudo efêmero, vazio. “Como é que isso aconteceu?”, se questiona para em seguida responder: “eu acho que foi uma coisa que se chama Mercado”
quinta-feira, maio 11, 2017
terça-feira, maio 09, 2017
Candidatura
Candidato do BE à Câmara Municipal para 2017-2020: Carlos Patrão |
Esperança
e confiança. Fazer acontecer
Vem,
vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Geraldo Vandré (1968)
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Geraldo Vandré (1968)
Como
fazer a hora, no tempo que nos cabe?
Que
canções estamos a cantar, e que outras ajudamos a inventar?
Há
40 anos, ao som de duas canções senha que todos hoje conhecemos, a
coluna de Salgueiro Maia saiu de Santarém, cumprindo um plano de
esperança e confiança. Ficaram célebres as palavras do capitão
aos seus camaradas de unidade: quem quiser vir, venha, quem não
quiser vir, fique. E ficaram célebres justamente, pois em poucas
palavras não poderia representar melhor o sentido da democracia e da
liberdade.
A
liberdade começa em cada um e cada uma de nós, o futuro muda pelas
mãos de homens e mulheres livres que escolhem, que conseguem amar e
arriscam agir. E assim como hoje e no dia de votar, todos os dias se
atrevem a sair de casa, do quartel, da sombra, para fazer acontecer.
A
democracia que nunca está garantida - temos de a aprofundar para a
defender. Não é fácil hoje, como nunca o foi.
E
não há receitas prontas, para aquecer em micro-ondas. Tem mesmo de
ser feita na altura, arriscando falhar para poder aprender, ao vivo.
Quantas
vezes nos sentimos pessimistas quando olhamos o que se passa à nossa
volta, na nossa casa e na nossa rua, no concelho, no país, no Mundo?
É verdade que muitas, mas a força de que precisamos também nos
chega dos sinais de esperança que tantos movimentos nos transmitem,
em novos e antigos combates, pelos direitos humanos, por outra vida
mais justa, mais digna, mais feliz para toda a gente. Contra a
pobreza e a exploração das pessoas por outras pessoas, a
desigualdade e o desemprego, a ignorância e o medo, o racismo e a
discriminação, a xenofobia e a homofobia, a destruição do Planeta
e dos seus recursos. Combates não faltam.
A
cidade que queremos estar a construir, generosa e solidária, é uma
cidade de alegria e confiança, mas não está feita nem tem receita.
É feita de gente como nós, que erra e acerta, e aprende fazendo e
pensando melhor. Requer rumo certo e mão firme, persistência e
tolerância, ponderação e audácia, equilíbrio e coragem.
Este
caminho não começou hoje, nem acabará agora.
Desde
a sua fundação, o Bloco de Esquerda escolheu sempre atender à
chamada nas eleições autárquicas.
Apresentamos
listas e propostas, queremos verdade e transparência, e políticas
certas hoje para um futuro de consequências muito melhores,
democrático, livre e diverso, digno, solidário, generoso e feliz.
Pela
confiança de quem votar BE, estaremos no nosso concelho, nas
Assembleias de Freguesia e na Assembleia Municipal, nas Juntas de
Freguesia e na Câmara Municipal, lutando por vida melhor para todos
e todas, com todos e todas. Em Vila Franca de Xira, as nossas vozes
fazem e farão a diferença. Flores? Flores!
Como
escreveu o Pedro Lobo Antunes em tempos bem mais duros :
Nos
teus olhos vê-se a flor/ Vê-se a flor que trazes dentro / Nascem
flores onde quiseres /Não deixes que as leve o vento.
Neste caso,
travar o vento do desalento e do conformismo: propor-se a votos e
votar, no dia 1 de Outubro de 2017.
Caminhamos,
cantando, e seguindo a canção. Acreditando nas flores, para vencer
o canhão. Mais flores, menos dores, mais flores. Como nos ensinaram
tantos outros, e nos exigem os que agora nascem.
Quem quiser ficar, que fique. Quem quiser vir daí, que venha.
Contem
comigo, contem connosco, contem com o Bloco de Esquerda.
Póvoa
de Santa Iria, Rua dos Marinheiros
Apresentação de candidatos do BE às eleições autárquicas
8
de Maio de 2017
Maria
José Vitorino, 1ª candidata pelo BE à Assembleia Municipal de Vila
Franca de Xira.
segunda-feira, maio 08, 2017
Escrito no ar, transcrito por Sophia
Nestes Últimos Tempos
Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças.
Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?
Que diremos do lixo do seu luxo — de seu
Viscoso gozo da nata da vida — que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?.
Que diremos da sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?
Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?
Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto
Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nestes últimos tempos é certo a esquerda fez erros
Caiu em desmandos confusões praticou injustiças.
Mas que diremos da longa tenebrosa e perita
Degradação das coisas que a direita pratica?
Que diremos do lixo do seu luxo — de seu
Viscoso gozo da nata da vida — que diremos
De sua feroz ganância e fria possessão?.
Que diremos da sua sábia e tácita injustiça
Que diremos de seus conluios e negócios
E do utilitário uso dos seus ócios?
Que diremos de suas máscaras álibis e pretextos
De suas fintas labirintos e contextos?
Nestes últimos tempos é certo a esquerda muita vez
Desfigurou as linhas do seu rosto
Mas que diremos da meticulosa eficaz expedita
Degradação da vida que a direita pratica?
Sophia de Mello Breyner Andresen
in O Nome das Coisas, publicado pela primeira vez em 1977
Sophia de Mello Breyner Andresen, "O Nome das Coisas"
Mãe
Miguel Torga e sua mãe, falecida em 1948- Fonte aqui |
Mãe: Que desgraça na vida aconteceu, Que ficaste insensível e gelada? Que todo o teu perfil se endureceu Numa linha severa e desenhada?
Como as estátuas, que são gente nossa Cansada de palavras e ternura, Assim tu me pareces no teu leito, Presença cinzelada em pedra dura, Que não tem coração dentro do peito.
Chamo aos gritos por ti – não me respondes. Beijo-te as mãos e o rosto – sinto frio. Ou és outra, ou me enganas, ou te escondes Por detrás do terror deste vazio.
Mãe: Abre os olhos ao menos, diz que sim! Diz que me vês ainda, que me queres. Que és a eterna mulher entre as mulheres. Que nem a morte te afastou de mim!
Miguel Torga
quarta-feira, maio 03, 2017
Isabel Mota, Presidente da Fundação Gulbenkian 2017
Mota, numa declaração divulgada em Dezembro, assumia, entre os seus compromissos para o futuro, que “os mais vulneráveis […] deverão ser os principais beneficiários da actividade da fundação” e que são “a arte e a cultura […] que nos dão a sabedoria e constituem os alicerces da tão necessária tolerância nos tempos conturbados em que vivemos”Assim seja!
Isabel Mota, o plano B da Gulbenkian tem um lado sorridente - PÚBLICO
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