Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
sábado, julho 31, 2010
sexta-feira, julho 30, 2010
quarta-feira, julho 28, 2010
II Jornadas Técnicas ANELE, Madrid 28.10.2010
sábado, julho 24, 2010
Um dia...
de sempre chegar
olhou-a de um jeito muito mais quente
do que sempre costumava olhar
e não mal disse a vida tanto quanto era seu
jeito de sempre falar
e nem deixou-a só num canto
pra seu grande espanto,convidou-a pra rodar
então ela se fez bonita como há muito tempo
não queria ousar
com seu vestido decotado cheirando a
guardado de tanto esperar
depois os dois deram-se os braços como
há muito tempo não se usava dar
e cheios de ternura e graça
foram para a praça e começaram a se abraçar
e ali dançaram tanta dança que a vizinhança
toda despertou
e foi tanta felicidade que toda cidade enfim
se iluminou
e foram tantos beijos loucos, tantos gritos
roucos
como não se ouvia mais
que o mundo compreendeu
e o dia amanheceu
em paz
Vinicius de Moares / Chico Buarque
quinta-feira, julho 22, 2010
1 ano, 1 semana e 1 dia
O anel que tu me deste
era de vidro e quebrou-se
O amor que tu me tinhas
era pouco e acabou-se
Cancioneiro popular português
Faz agora um ano, uma semana e um dia, saudei aqui a criação de lugares de professores bibliotecários nas escolas portuguesas, integradas na RBE. Designação por 4 anos, para garantir estabilidade, empenhamento, qualificação e... responsabilização!
O pessoal (1600!) correspondeu, trabalhou denodamente, criou e criticou, discutiu, inventou, adaptou, fez mais formação, aguentou a carência de funcionários e de mais docentes para as equipas, floriu a web de presenças de bibliotecas escolares portuguesas, apoiou iniciativas do PNL, lidou com PTE e a Parque Escolar e as obras feitas por autarquias e DREs, e a Rede... cresceu, ganhou vigor! Entraram novas bibliotecas, há mais livros e serviços para todos os meninos e ameninas, jovens e adultos que pelas escolas passam. As próprias críticas revelam maior exigência, as expectativas mais credibilidade.
Hoje, 22 de Julho, quebrou-se o anel que nos deram. Afinal, era de vidro. O amor seria pouco...
Sem aviso nem porquê, quase em férias de Verão, depois de todas as escolas terem confirmado os seus professores bibliotecários, e algumas mesmo terem aberto concursos para novos lugares, tudo legal... Eis que salta uma nova portaria (558/2010) a alterar a anterior (de 2009), reduzindo o número de lugares a que cada escola/agrupamento tem direito!
Pasmamos não com a economia, nem mesmo com o economicismo da medida, mas com o momento escolhido, revelador de desprezo por quem trabalha nas bibliotecas escolares ou com elas - os tais parceiros RBE, como as autarquias e as bibliotecas municipais, que para isto não foram certamente ouvidos nem achados; os directores das escolas/agrupamentos, que asseguram condições diariamente... tampouco foram consultados! E muitos professores perderam entretanto a possibilidade de ser opositores a concursos, por confiarem que estariam a trabalhar nestas funções mais um ano, mais 3 anos...
Não desisto, não desistiremos certamente de lutar pela Liberdade, a qualidade da Educação e o direito à Cultura e ao Conhecimento consagrados na nossa Constituição e inscritos em muitos anos de vida e de trabalho. Passados e por vir. Não será uma portaria, a revogar outra portaria, que chegará para tanto. Nem mesmo um Ministério inteiro. Aqui como noutras paragens, há valores mais altos.
Mas lá que doi, doi.
Vão-se os anéis (sobretudo destes), fiquem os dedos.
Especialmente os dez dedos de cada par de mãos dos professores bibliotecários portugueses, habituados à escrita e ao afago, que não regateiam merecidos aplausos, mas que desta vez, farão, irão fazendo, certamente, outros gestos.
Maria José Vitorino
Professora desde 1976
Bibliotecária desde 1990
Vila Franca de Xira, 22.07.2010
quarta-feira, julho 21, 2010
Nomad circle. Make a hole in our own cultural walls
Absolutamente extraordinário. Quase 20 minutos preciosos. Reais e partilháveis, graças ao TED
segunda-feira, julho 19, 2010
sábado, julho 17, 2010
Assim se fazem as cousas
Faço parte do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz em Vila Franca de Xira, por eleição livre, directa e secreta. E legal. Cumpre-me, solidária com os meus pares, por obrigação para com quem elegeu, e por dever de consciência e respeito por quem nestas escolas trabalha, estuda, e com elas conta para os seus filhos e netos, divulgar a posição assumida por maioria (uma única abstenção) sobre a fusão deste Agrupamento com a Escola Secundária. Tomámo-la na 10ª reunião deste ano lectivo (mais de uma por mês, trabalho sempre voluntário e gratuito de todos), e depois de uma carta sem resposta ao Ministério da Educação, que nunca contactou este Conselho, a quem legalmente cumpriria a obrigação de escolher e demitir directores da escola/agrupamento.
A fusão foi decidida, calculamos pelos testemunhos que nos transmitiram, em menos de 15 dias, a pouco mais de 30 dias do início de mais um ano escolar. Tal como em mais 99 casos no país.
Esta posição não tem esperança de alterar nenhuma decisão. Mas há momentos em que temos de mostrar a diferença não por uma questão de utilidade mas pelo valor da dignidade.
ASSIM, NÃO!
Deu-se início à reunião com a análise do desenvolvimento da situação relativa à fusão do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz com a Escola Secundária Alves Redol. A presidente do Conselho Geral informou que até ao momento não recebeu qualquer resposta à carta que este órgão enviou ao Sr Director Regional, no dia sete de Julho do corrente ano. Acrescentou que a indigitada Comissão Administrativa Provisória reuniu com a Direcção do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz, no dia doze de Julho.O Conselho Geral considera que este processo de fusão desrespeita o ponto 8 daResolução do Conselho de Ministros n.º 44/2010, de 14 de Junho, que prevê que qualquer fusão de escolas /agrupamentos "seja feita de forma gradual e em função da especificidade de cada escola". Acrescente-se que a Comissão Administrativa Provisória composta por três elementos, integra dois elementos da Escola Secundária Alves Redol e nenhum do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz. Facto que compromete as condições de boa gestão do Agrupamento, por um órgão que não contempla a representação de uma das entidades em fusão.O que será decidido em relação aos documentos internos, como por exemplo, ProjectoEducativo do Agrupamento, Regulamento Interno do Agrupamento, Orçamento, Plano da Matemática, Plano de Implementação do Novo Programa de Matemática do Ensino Básico, Planos de Recuperação, Planos de Acompanhamento, Programas Educativos Individuais, Avaliação do pessoal docente e tantos outros documentos relacionados com a dinâmica diferenciada entre o que é a Escola Alves Redol e o que é o Agrupamento de Escolas Dr. VascoMoniz no dia de hoje (treze de Julho de dois mil e dez)? Com que orientações começará o ano lectivo daqui a menos de dois meses? Quem e como vai responder a estas e outras questões das 2009/2010 famílias, dos professores e dos funcionários da Escola Secundária Alves Redol e do Agrupamento de Escolas Dr. Vasco Moniz?O Conselho Geral considera que tem a obrigação de alertar a comunidade escolar para as consequências deste processo de fusão na sua dinâmica, pelo que manifesta o seu desagrado por não ter sido consultado, nem pelo Sr Director Regional, nem pela Autarquia, relativamente a esta decisão tão importante para a vida da comunidade educativa que legitimamente representa.O Conselho Geral decidiu divulgar esta acta na Plataforma Moodle deste Agrupamento, e ainda, ao pessoal docente e não docente, aos encarregados de educação, aos representantes das diferentes entidades que compõem este órgão e ao Presidente do Conselho Geral da Escola Secundária Alves Redol.A única representante da Autarquia presente, declarou que o Município se abstém em relação à tomada de posição deste Conselho Geral.
Ler texto inteiro aquiUso este blog a título pessoal.
Teatro de Língua Comprida e Portuguesa
Já é o terceiro FESTLIP, no Rio de Janeiro. Viva!
Também tem Blog, e lugar no Facebook...
Em 2010, a homenageada é a Maria do Céu Guerra, actriz/atriz ;)
A Barraca também lá está, como não podia deixar de ser - e a imagem acima é da peça que levam à cena em Agosto, Contos da Imigração. Beijo terá sotaque?
Concursos para professor bibliotecário 2010
Escola a escola, vão sendo divulgados na página do DGRHE os concursos para lugares de professor bibliotecário abertos em 2010, de acordo com a Portaria 756/2009 de 14 de Julho.
Cada concurso tem de ser obrigatoriamente publicado no sítio electrónico da Escola/Agrupamento, além de outros meios de divulgação que a respectiva Direcção accione.
Muitos terminam antes de 30 de Julho.
Hoje de manhã (17.07.2010, 07.00) eram 96!
sábado, julho 10, 2010
Fight for libraries WITH books
Documentário
Without proper funding and staff
We are killing chidren's love for reading
And their ability for future qualified jobs
sexta-feira, julho 09, 2010
quinta-feira, julho 08, 2010
Let's fight the main fight
U.S. public libraries: We lose them at our peril - latimes.com
The school libraries and public libraries in which we've invested decades and even centuries of resources will disappear unless we fight for them. The communities that treasure and support their libraries will have an undeniable competitive advantage. Those that don't will watch in envy as the Darien Library in Connecticut hosts networking breakfasts for its out-of-work patrons, and the tiny Gilpin County Public Library in Colorado beckons patrons with a sign that promises "Free coffee, Internet, notary, phone, smiles, restrooms and ideas."
Those lucky enough to live in those towns, or those who own computers, or have high-speed Internet service and on-call technical assistance, will not notice the effects of a diminished public library system — not at first. Whizzes who can whittle down 15 million hits on a Google search to find the useful and accurate bits of info, and those able to buy any book or article or film they want, will escape the immediate consequences of these cuts.
Those in cities that haven't preserved their libraries, those less fortunate and baffled by technology, and our children will be the first to suffer. But sooner or later, we'll all feel the loss as one of the most effective levelers of privilege and avenues of reinvention — one of the great engines of democracy — begins to disappear.
Those lucky enough to live in those towns, or those who own computers, or have high-speed Internet service and on-call technical assistance, will not notice the effects of a diminished public library system — not at first. Whizzes who can whittle down 15 million hits on a Google search to find the useful and accurate bits of info, and those able to buy any book or article or film they want, will escape the immediate consequences of these cuts.
Those in cities that haven't preserved their libraries, those less fortunate and baffled by technology, and our children will be the first to suffer. But sooner or later, we'll all feel the loss as one of the most effective levelers of privilege and avenues of reinvention — one of the great engines of democracy — begins to disappear.
terça-feira, julho 06, 2010
Matilde Rosa Araújo
Vou usar uma fita vermelha e um sorriso o mais parecido que puder com o seu, tão doce.
Ela merece.
Por causa dela, também por causa dela, descobri que ser professor(a) não é (apenas) ter um Estatuto.
É ser doutra estatura.
Eu ensinava numa escola velha, escura. Cheia do barulho da rua, dos «eléctricos» que passavam pelas calhas metálicas. Dos carros que continuamente subiam e desciam a calçada. Até das carroças com os seus pacientes cavalos.
A escola era muito triste. Feia. Mas eu entrava nela, ou digo antes, em cada aula, e todo o sol estava lá dentro. Porque via aqueles rostos, trinta meninas, olhando para mim, esperando que as ensinasse.
O Quê? Português, francês. Hoje sei, acima de Tudo, o amor da vida. Com toda a minha inexperiência. Com todos os meus erros. Porque um professor tem de aprender todos os dias. Tanto, quase tanto ou até muito mais que os alunos.
Viva o pensamento! Viva a espécie humana!
As crianças adoram palavras complicadas,
termos difíceis, histórias onde não se percebe tudo.
Mas a indústria não quer isso, quer tornar as coisas mais simples - e então fazem resumos, simplificam, publicam coisas idiotas para crianças e acabam por não publicar nada. Apenas jogos de vídeo.
A nova geração continua a ter gosto pela leitura. Para o ser humano, o instinto de sobrevivência não se resume à necessidade de comer e beber; também inclui a necessidade de pensar.E isso é verdade seja onde for - aconteceu nos campos de concentração, acontece nas favelas mais pobres, acontece nas situações mais extremas.
Continuamos a pensar, a criar, a interrogarmo-nos. E temos de lutar por isso. Não somos cegos; podemos dizer que não.
Alberto Manguel, 02.97.2010
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