terça-feira, julho 06, 2010

Matilde Rosa Araújo



Vou usar uma fita vermelha e um sorriso o mais parecido que puder com o seu, tão doce.

Ela merece.

Por causa dela, também por causa dela, descobri que ser professor(a) não é (apenas) ter um Estatuto.

É ser doutra estatura.


Eu ensinava numa escola velha, escura. Cheia do barulho da rua, dos «eléctricos» que passavam pelas calhas metálicas. Dos carros que continuamente subiam e desciam a calçada. Até das carroças com os seus pacientes cavalos.

A escola era muito triste. Feia. Mas eu entrava nela, ou digo antes, em cada aula, e todo o sol estava lá dentro. Porque via aqueles rostos, trinta meninas, olhando para mim, esperando que as ensinasse.

O Quê? Português, francês. Hoje sei, acima de Tudo, o amor da vida. Com toda a minha inexperiência. Com todos os meus erros. Porque um professor tem de aprender todos os dias. Tanto, quase tanto ou até muito mais que os alunos.

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