Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
terça-feira, outubro 31, 2017
quarta-feira, outubro 18, 2017
Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira
Discurso na tomada de posse, 17.10.2017, em nome da bancada do BE na Assembleia, texto disponível aqui https://www.facebook.com/notes/maria-jose-vitorino/na-tomada-de-posse-da-assembleia-municipal-de-vila-franca-de-xira/1812885798726071/
Mesmo em dia de luto nacional que a todos nos perturba e alerta, há que dizer-se das coisas, o somenos que elas são.
(76) Maria Jose Vitorino
terça-feira, outubro 17, 2017
Neste tempo de casas ardidas
Imagens de Ana Margarida de Carvalho, outubro 2017, Portugal
COMO SE DESENHA UMA CASA
Primeiro abre-se a porta
por dentro sobre a tela imatura onde previamente
se escreveram palavras antigas: o cão, o jardim impresente,
a mãe para sempre morta.
por dentro sobre a tela imatura onde previamente
se escreveram palavras antigas: o cão, o jardim impresente,
a mãe para sempre morta.
Anoiteceu, apagamos a luz e, depois,
como uma foto que se guarda na carteira,
iluminam-se no quintal as flores da macieira
e, no papel de parede, agitam-se as recordações.
como uma foto que se guarda na carteira,
iluminam-se no quintal as flores da macieira
e, no papel de parede, agitam-se as recordações.
Protege-te delas, das recordações,
dos seus ócios, das suas conspirações;
usa cores morosas, tons mais-que-perfeitos:
o rosa para as lágrimas, o azul para os sonhos desfeitos.
dos seus ócios, das suas conspirações;
usa cores morosas, tons mais-que-perfeitos:
o rosa para as lágrimas, o azul para os sonhos desfeitos.
Uma casa é as ruínas de uma casa,
uma coisa ameaçadora à espera de uma palavra;
desenha-a como quem embala um remorso,
com algum grau de abstracção e sem um plano rigoroso.
uma coisa ameaçadora à espera de uma palavra;
desenha-a como quem embala um remorso,
com algum grau de abstracção e sem um plano rigoroso.
Manuel António Pina
domingo, outubro 15, 2017
sábado, outubro 14, 2017
Fazer e inovar em conjunto, arriscando falhar
Entrevista em 2017.
Pelo futuro da Cultura, é preciso inovar na criação e nos modos de organização
Acesso via Mapa de Ideias.
sexta-feira, outubro 13, 2017
F O L I O 2017
19 a 29 de outubro de 2017, Óbidos, Portugal
Programa completo descarregável
Inclui FOLIO EDUCA
F O L I O
quinta-feira, outubro 12, 2017
ANTI-CARIMBOS
Mensagem aos Portugueses
O que quero de todos os portugueses é o seguinte: sejam curiosos; e que a organização em sociedade possa ser de tal maneira que eles possam satisfazer essa curiosidade completamente. E não para ganhar dinheiro, não para fazer figura, nem para ganhar cargo, mas para ser plenamente aquilo que é. Alguma coisa que ele sinta que o está desenvolvendo na mensagem única que tem que dar do mundo, de maneira que a minha mensagem para qualquer aluno de qualquer escola é: faça favor de cuidar da sua mensagem e não da minha. A minha foi, é só para dizer «cuide da sua», porque essa é que tem importância. E a mensagem será vossa na medida em que for o mais diferente possível da minha, ou de qualquer outra. Senão, para quê duplicados no mundo? Não é preciso. Para isso é que inventaram os carimbos. Eu não sou um carimbo de ninguém.
Agostinho da Silva, in Entrevista
terça-feira, outubro 10, 2017
Zeca Afonso - Que Amor Não Me Engana
Em novas coutadas
Junta de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera
Assim tu souberas
Irmã cotovia
Dizer-me se esperas
Pelo nascer do dia
https://www.letras.mus.br/zeca-afonso/917726/
segunda-feira, outubro 09, 2017
sábado, outubro 07, 2017
sexta-feira, outubro 06, 2017
quinta-feira, outubro 05, 2017
Palavras da Clara Idade
O corpo não é o inimigo da alma. É essa a minha crença. Ambos precisam do mesmo sustento, que a ambos “liberta”: a verdade. Não falo de uma verdade teológica, filosófica ou outra. Falo apenas da limpidez autêntica da verdade, em todos os nossos actos, gestos e palavras. Assim, o inimigo da alma não é o corpo; o inimigo da alma é o contrário da verdade.
Frederico Lourenço
Fabuloso final deste texto, publicado hoje no Facebook.
Bela forma de acolher mais uma madrugada nesta vida que nos coube.
O texto integral
Sobre a almaNão me chamo Platão nem Aristóteles e não tenho qualquer competência filosófica ou teológica para falar sobre a existência e natureza da alma. Feita esta advertência, deixem-me falar-vos da minha alma (pois sobre a vossa seria presunção pronunciar-me).Pessoalmente, não tenho dúvida de que o meu corpo veio ao mundo apetrechado dessa coisa que nunca a medicina legal encontrará na eventualidade de eu vir a ser autopsiado. Não sei se a minha alma continuará viva depois de eu morrer e não sei se já estava viva antes de eu nascer. As explicações religiosas sobre a alma (sejam elas cristãs, hindus ou outras) deixam-me perplexo, numa recusa de dar o mergulho no oceano da fé irracional, que é mar onde já não me apetece nadar.No entanto, sinto que a minha alma não existe independentemente da existência de um Ente Divino (aqui o alemão dá tanto jeito, com o seu género neutro: “Göttliches Wesen”), a que por vezes chamei Deus e agora não chamo nada, preferindo que tudo o que se passa entre Ele e a minha alma aconteça sob a capa do anonimato.Às vezes parece-me impossível que, depois da minha morte, a minha alma parta para Ele porque não imagino que Lhe sirva de alguma coisa. Ele havia de querê-la para quê? Até porque quando eu morrer ela estará tudo menos assepticamente limpa, antes de mais porque não sou daqueles que acreditam ser a alma uma coisa cuja brancura deva ser salvaguardada a todo o custo pela lixívia da castidade.Não, a minha alma quando eu morrer não estará inexperiente de vivências sexuais ou amorosas, nem de vivências que foram sexuais e amorosas. Porque a alma – pelo menos a minha –, se serve para alguma coisa, serve essencialmente como órgão do auto-conhecimento; e nesse processo o sexo e o amor têm um papel fundamental a desempenhar. E cá para mim, sem essas vivências a minha alma evaporar-se-ia à minha morte bem “coisinha”, para não dizer mesmo parvinha.O corpo, na verdade, é como o disco externo da alma. Estão sempre ligados e é ele que faz em grande parte o trabalho dela. Goethe escreve “infindável é o trabalho que a alma nos exige” (Ifigénia na Táurida). Mas sem o corpo, sem as coisas próprias do corpo, esse trabalho fica por fazer. Adaptando a metáfora desportiva sugerida por Platão, quando assemelha a alma a um auriga que tem de controlar dois cavalos, o corpo tem de estar em forma para cumprir esse trabalho infindável até ao fim. Por isso a incontinência alcoólica, tabágica, cafeínica, glicémica, psicofarmacológica, erótica etc. impede o corpo de estar em forma para assumir o trabalho da alma, o que é muito diferente de dizermos que, a bem da alma, não devemos beber, fumar, comer ou fazer amor. Claro que devemos beber, comer, tomar café e fazer amor.Os padres gregos da igreja, como João Clímaco e outros, aconselhavam a martirização do corpo como forma de subir a escada que leva ao céu. Já antes Platão dissera que os prazeres são como pregos que impedem a alma de se libertar do corpo. Ora bem: libertar do corpo. Será que é isso que ela quer? Desligá-la do corpo não será desligá-la da tomada, da sua única fonte vital de energia? No fundo, não terá a alma tanto a beneficiar do corpo, como o corpo tem a beneficiar da alma?O corpo não é o inimigo da alma. É essa a minha crença. Ambos precisam do mesmo sustento, que a ambos “liberta”: a verdade. Não falo de uma verdade teológica, filosófica ou outra. Falo apenas da limpidez autêntica da verdade, em todos os nossos actos, gestos e palavras. Assim, o inimigo da alma não é o corpo; o inimigo da alma é o contrário da verdade.
Frederico Lourenço
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