Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
quarta-feira, julho 29, 2020
segunda-feira, julho 27, 2020
domingo, julho 26, 2020
Marte, aqui
SONETO DA VIAGEM A MARTE
O tempo não tem sul e não tem norte
seja qual fôr a hora de quem parte,
não tem fronteiras, não possui estandarte,
quem fôr a Marte irá sem passaporte.
seja qual fôr a hora de quem parte,
não tem fronteiras, não possui estandarte,
quem fôr a Marte irá sem passaporte.
Nós teremos partido para a morte
quando os homens partirem para Marte
e embora Marte já não nos importe,
importante, ó futuro, é importar-te.
quando os homens partirem para Marte
e embora Marte já não nos importe,
importante, ó futuro, é importar-te.
Importante, ó futuro, é quando a terra
falar da fome e descrever a guerra
como histórias lendárias de gnomos.
falar da fome e descrever a guerra
como histórias lendárias de gnomos.
Os dias forem lúcidos, translúcidos,
e a vida, ao sabor dos dias lúcidos,
se esqueça dos selvagens que nós fomos.
e a vida, ao sabor dos dias lúcidos,
se esqueça dos selvagens que nós fomos.
Sidónio Muralha, "O Pássaro Ferido", 1972
Cantado por A. P. Braga
Estimado no blog A Viagem Dos Argonautas
Cantado por A. P. Braga
Estimado no blog A Viagem Dos Argonautas
sexta-feira, julho 24, 2020
quinta-feira, julho 23, 2020
domingo, julho 19, 2020
quarta-feira, julho 15, 2020
domingo, julho 12, 2020
ALFINete: Mais coesão social onde há mais bibliotecários púb...
ALFINete: Mais coesão social onde há mais bibliotecários púb...: Ler mais aqui (ou clicar na imagem)
sábado, julho 11, 2020
Emidio Santana - A Voz Resistente do Anarquismo
Imagem daqui
Anarquistas, e mestres.
Reais, e presentes na nossa memória
Um bom documentário da RTP. Obrigada!
Serviço público pela sanidade mental e o desenvolvimento do capital que importa : o capital humano
Emidio Santana - A Voz Resistente do Anarquismo: Figura maior do movimento sindical anarquista português, Emídio Santana foi o elo de ligação entre o anarco-sindicalismo do início do século XX em Por
sexta-feira, julho 10, 2020
Ser aluno das aves do céu
Recebemos uma generosa oferta de livros para a Laredo e o seu projeto Livralhada, em que fazemos circular exemplares entre bibliotecas de todo o tipo e, assim, entre quem ama a partilha e a leitura. De um deles, partilho uma história que veio ao meu encontro.
SER ALUNO DAS AVES DO CÉU
Conta o P. Schaluck que nas montanhas frias da sua aldeia natal, as aves voam em geral aos bandos e em forma de V. E dizem os entendidos nesses segredos das aves, que voando dessa maneira, umas aproveitando o esforço das outras, todo o bando ganha mais 71 por cento de capacidade de voo do que se cada uma voasse sozinha por sua conta e risco.
E quando alguma ave sai dessa formatura e cede à tentação de voar por sua conta e risco, ao sentir a resistência do ar e a dificuldade em manter o ritmo do bando, logo volta à formatura para poder tirar vantagem da ave que vai à sua frente.
E se o chefe do bando se sente cansado, passa para trás e outro toma naturalmente o seu lugar na liderança do grupo, sem que dispute esse lugar mas também sem fugir a essa responsabilidade.
E diz ainda a parábola que em geral as aves que vão atrás grasnam para encorajar as que vão à frente e todas sentirem que o bando caminha unido.
E quando uma ave fica doente ou é ferida ou abatida por algum caçador indesejado, duas outras saem da formatura e acompanham aquela que está em dificuldade para a amparar e proteger. E ficam com ela até a ave ferida poder de novo voar ou então até que ela morra. Depois, as duas partem de novo e, ou recuperam o seu próprio bando ou se integram noutro que esteja ao seu alcance.
Estais a ver como ao contar a história destas aves eu estou a pensar na história das nossas comunidades.
A melhor maneira de caminhar das pessoas que têm o mesmo voo e caminham para as mesmas distências é juntar-se às outras e com elas repartir o custo da caminhada. O milagre da multiplicação das forças repete-se todos os dias numa comunidade que acerta o passo, tendo em conta as forças de cada um. É natural que os que vão à frente se cansem mais depressa, mas lá estão os que vêm atrás para os substituir. É um ciclo que devia ser normal numa comunidade onde a liderança não é um privilégio de classe nem um carisma de carreira.
O grasnar das aves da retaguarda fala-nos do espírito de entreajuda, da colaboração de todos, da convergência na caminhada.
E se alguém adoece ou por qualquer motivo não pode acompanhar o ritmo do conjunto, não é abandonado à sua sorte ou à sua crise. Há sempre alguém que em nome da comunidade fica ao seu lado para o encorajar e amparar. Uma comunidade não rejeita aqueles que se cansaram do voo, mas antes procura ajudá-los a recuperar a alegria de voar.
NEIVA, P. Adélio Torres (2017). Parábolas, ed. do autor, p. 241/242
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