Somos prodigiosos mecanismos de aprender.
Nem sempre reparamos onde e quando, e com quem aprendemos a ser bons. Saber contemplar também se treina.Os bons museus, os bons jardins adestram-nos o olhar e o sentir.
As boas histórias, como esta, também.
Haja bondade, e partilhemos as chaves da gentileza, tão frágeis como essenciais à vida.
Na maior delicadeza nasce a força maior, que tece esperança e coragem.
NA BILHETEIRA do museu, o funcionário insiste em verificar os descontos que eu posso auferir. Falamos um pouco, quer saber de onde venho e o que vi. Conheço o país dele e gosto. A começar pelos seus habitantes. No final, até o desconto de ter viajado numa companhia aérea, um dia, na minha vida, ele me fez.Não consegui deixar de pensar na minha última tentativa de visitar o museu Gulbenkian, de que gosto, na sua dimensão modesta. Dos 14 euros que me pediram, sem querer saber se quase todos os dias ensino Arte aos meus alunos. Da desconfiança e desinteresse sempre que há a possibilidade de pagarmos um pouco menos.Visito um museu 5 vezes maior por metade do preço.“Obrigado pela sua bondade, disse ao homem jovem da bilheteira “, ele sorriu vagamente. Estava apenas a fazer aquilo que aprendeu em pequenino e que este museu incentiva.
Possidónio Cachapa, 20190606, lido no Facebook
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