sexta-feira, janeiro 04, 2019

A paz, o pão, a habitação


Demorei uns meses, mas ainda bem que consegui ler o livro. Interessante, actual, desafiador, sobretudo se quisermos cidades em que podemos morar.
O Estado tem de intervir, com ponderação e firmeza.
"Se se quer garantir o acesso à habitação aos cidadãos que trabalham em Lisboa é necessário actuar, mas não mediante a construção de habitação nova. Uma política de esquerdas deve alterar a lei do arrendamento para proteger o inquilino (mais tempo e mais segurança), mas sobretudo deve regular o preço do arrendamento de acordo com os salários da procura local. Esta medida é urgente e necessária. O actual governo tem possibilidade de intervir nesse sentido, mas não parece ter a mínima intenção de o fazer. O governo também deveria eliminar os "Vistos Gold" e os "Residentes habituais" para limitar a atracção de capitais especulativos. Ao mesmo tempo a Câmara Municipal de Lisboa possui um grande património imobiliário que deveria colocar ao serviço dos cidadãos em vez de promover programas como "Reabilita primeiro e paga depois". Existem programas de concessão de uso que estão a ser implementados noutros sítios e que deveriam ser explorados neste contexto. As possibilidades de regulação e intervenção são múltiplas (...). O importante é ter em conta que o caminho adoptado, tanto pela Câmara Municipal de Lisboa como pelo Governo, só agudiza o problema. Para o capitalismo imobiliário, Lisboa continuará a ser uma oportunidade de extracção de lucro e para nós a batalha diária é para não sermos expulsos da casa que se habita ou para procurar uma casa digna."
Agustin Cocola Gantt
p. 247-248

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