quarta-feira, agosto 10, 2016

O curto prazo cega-nos e devora o futuro

O professor lembra que a deslocalização de grande parte da população rural para o litoral levou ao abandono dos campos e à inevitável falta de gestão destes espaços, com a consequente acumulação do combustível. Por isso, também é preciso apostar na limpeza dos terrenos, mesmo que seja necessário fazê-lo de forma coerciva. Mas, acima de tudo, é preciso premiar os cumpridores, criando incentivos públicos para quem gerir de forma adequada a floresta e para quem limpar o combustível. Em complemento, sugere a criação de equipas de prevenção de incêndios, que trabalhariam todo o ano nas limpezas e na criação e manutenção de pontos de água e de aceiros.
Ricardo Ribeiro insiste que é preciso trocar as políticas de curto prazo, essencialmente reactivas e baseadas em investimentos tecnológicos, por políticas de longo prazo que eliminem as causas estruturais dos incêndios florestais. 
“Somos o único país da União Europeia que apresenta um nível de reflorestação negativa, ou seja, refloresta-se menos do que a área que arde. Por isso, temos hoje muito menos floresta que há 20 anos

Ricardo Ribeiro, professor na área da protecção civil e comandante dos bombeiros de Paço de Arcos



Melhorou-se no combate aos fogos, mas "deixou-se tudo o resto por fazer" - PÚBLICO

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