sábado, março 30, 2013

Por um Brasil que lê mais


Flávio é um bom menino. Educado e atencioso, está sempre ligado nas explicações da professora. Ele tem aulas pela manhã e à tarde e dá um duro danado pra dar conta de tudo. Acorda todo santo dia às quatro da manhã e só consegue voltar pra casa às oito da noite. Então ele janta, descansa um pouco e já começa a se preparar para a maratona do dia seguinte. 

O menino viaja todos os dias entre São Joaquim da Barra, interior de São Paulo, onde vive, e Ribeirão Preto, onde estuda. Num período, frequenta as aulas regulares da Escola Raul Machado, no bairro Santa Cruz do José Jacques. No outro, tem canto, informática, atividades manuais e muito mais.

Flávio ainda não faz a menor ideia do que vai ser quando crescer. Mas ele tem um sonho: quer ser cantor. Um cantor de música gospel. Pelo menos duas vezes por mês, Flávio vai com os amigos à biblioteca. Está sempre à cata de algum livro novo. Ultimamente, adorou Reinações de Narizinho, do Monteiro Lobato. 

Embora não tenha mais do que 10 anos, anda muito interessado é nos livros pros garotos de 17. Até andou bisbilhotando livros de Pedro Bandeira, com suas aventuras de jovens heróis e histórias sobre amizade, namoricos e coisa e tal. 

Por que ele lê? Por uma razão simples, trata logo de responder: quer ser alguém na vida. 

Flávio vive rodeado de amigos e gosta de brincar. Mas também lê. Como ele faz isso? De duas maneiras: às vezes, esfrega o dedo indicador no papel saliente e vai decodificando palavra a palavra; noutras, quando se cansa um pouco do livro em braille, bota um audiolivro no tocador de CD. 

Tudo parece, então, ficar mais claro pra ele. Nessas horas, Flávio enxerga longe e vê o seu admirável mundo novo. Ele é o cara! 

PS: Flávio frequenta a Adevirp, uma ONG, em Ribeirão Preto, que faz um bonito trabalho com pessoas de baixa visão ou cegas como ele


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