domingo, fevereiro 10, 2013

Forma de vida : a aventura de ensinar

Se a relação educativa não é a produção da aprendizagem e sim o encontro entre a pessoa do professor e a pessoa do aluno, então o trabalho do ensino não pode ser visto como uma função que se desempenha no interior de uma linha de montagem. O professor não é só a sua ação eficaz ou ineficaz de ensinar (como se a ação de ensinar pudesse não derivar da inteira razão e vida do professor!), nem o aluno o sucedido ou não sucedido acontecimento de aprender. Se o homem for um somatório das suas ações, papéis ou contextos, então é verdade que, do professor, à escola interessa só a sua ação de ensinar. O professor pagará na mesma moeda considerando que a ação de ensinar nada tem a ver com a sua pessoa. E o aluno encontrará na aula apenas aquilo que um robot poderia também desempenhar: um programa, melhor ou pior construído, de aprendizagem do português ou da matemática. Não admira que proliferem cursos via internet ou que os alunos se desinteressem cada vez mais da escola e do estudo. Para que isto não aconteça é preciso que um homem não seja um somatório contingente e acidental das tarefas que desempenha e dos contextos em que a sua existência se desenrola, mas sim uma unidade de razão e vida. 

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