quinta-feira, março 19, 2020

Evocação da Democracia

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Razão e coração. 2020, Portugal.
Desafios a Abril - o poder local, frente de defesa da democracia e do bem comum.
Por tele-ocupação profissional coincidente com o horário da sessão de Câmara do meu concelho ontem, só depois pude ouvir o que aí se tratou, graças à tecnologia e à decisão que em bom tempo se tomou de transmitir pela internet e manter arquivo acessível universalmente. O momento é muito difícil, todos o sabemos. Trataram-se coisas importantes, mas o que mais me impressionou foi o tom empenhado, mais sereno ou mais apaixonado, mas claramente empenhado de todos os intervenientes, genuinamente preocupados com a população, procurando encontrar soluções para situações novas. Não sei se esta comunicação resultaria tão sensível em video-reunião.
Agradeço a todos - o Presidente, os vereadores e as vereadoras, os técnicos e outros presentes terem arriscado, pessoalmente, a presença, numa sala confinada, e compreendo que repetir o carácter público desta sessão será perigoso nos próximos tempos, fisicamente. Podem sempre ser transmitidas online, mas não é a mesma coisa. Mesmo acautelando, como estou certa que o será, a possibilidade de participação do público, remotamente.
Democracia vive do cara-a-cara, a sério, não aqui no facebook. Assunto de gente com gente, iguais.
Se por um lado a tecnologia nos permite maravilhas, por outro inquieta-nos. Fiquei a pensar que ainda bem que não somos governados por robots. Nem por vedetas da ribalta mediática. Com todos os defeitos e imperfeições de cada um e cada uma, ainda me sinto mais segura com humanos, com razão e coração. Erramos? Pois erramos, mas também somos capazes de corrigir e imaginar novos caminhos.
Por acasos da História, cabe-me partilhar a responsabilidade das autarquias em Portugal, como eleita na assembleia municipal (BE), com largas dezenas de cidadãos no concelho, e milhares no país. Espero, e sinto que todos e todas esperamos o mesmo, conseguir cumprir com a responsabilidade que o povo nos confiou, da forma mais positiva que for capaz, em colaboração.
Tempos extraordinários pedem-nos que sejamos extraordinários?
Não, apenas que sejamos gente como a outra gente, homens e mulheres comuns numa situação incomum, humildemente buscando assegurar o Bem Comum, defender a população e a Constituição.
Com razão e coração.
A sessão que me inspirou estas linhas pode ser vista aqui https://www.youtube.com/watch?v=5Sq6I1syZ6I&feature=youtu.be

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