Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
POSIÇÂO PELO SIM (2006)
No referendo do aborto, também tratado de despenalização da IVG até às 10 semanas a pedido da mulher e em condições dignas de humanidade e saúde pública. Já agora.
domingo, setembro 17, 2006
Animal Sideral
Sair contra o vento é arte de texugo e de animais que se acautelam dos predadores.
O vento é amigo dos fracos, quando são inteligentes. Ou, afinal, quando são fortes.
Bem me parecia.
Se tantos barcos inventámos, havemos de conseguir sobreviver.
'bora fazer cataventos para haver pouco engano na direcção.
O vento é amigo dos fracos, quando são inteligentes. Ou, afinal, quando são fortes.
Bem me parecia.
Se tantos barcos inventámos, havemos de conseguir sobreviver.
'bora fazer cataventos para haver pouco engano na direcção.
sábado, setembro 16, 2006
Lugar de ler
Sem piedade! A eles!
Folha - Você diz que os escritores são uma espécie de subespécie de leitores. O leitor ocupa para você um posto mais elevado na literatura?
Manguel - É claro! Um escritor escreve seu livro e quer que ele seja lido. Pensa que esse livro tem um certo conteúdo, uma certa importância, mas, no final, são os leitores que decidem algo que esse escritor não pode suspeitar. Essencialmente, é o leitor quem decide o que é o livro, se esse livro vai sobreviver e, ainda, se esse escritor vai sobreviver. Todo escritor quer ser um clássico. Mas os leitores são impiedosos e decidem que só uma pequeníssima parte dos que escrevem serão recordados. O poder do leitor é imenso.
Publicado em 30.08.2006
Rematado para o lerdololer por via do Plano Nacional de Leitura
Manguel - É claro! Um escritor escreve seu livro e quer que ele seja lido. Pensa que esse livro tem um certo conteúdo, uma certa importância, mas, no final, são os leitores que decidem algo que esse escritor não pode suspeitar. Essencialmente, é o leitor quem decide o que é o livro, se esse livro vai sobreviver e, ainda, se esse escritor vai sobreviver. Todo escritor quer ser um clássico. Mas os leitores são impiedosos e decidem que só uma pequeníssima parte dos que escrevem serão recordados. O poder do leitor é imenso.
Publicado em 30.08.2006
Rematado para o lerdololer por via do Plano Nacional de Leitura
Retorno a 1996, 5 de Janeiro - a gente acreditava, acreditou, acreditasse!
CARTA DE DIREITOS DO ALUNO NA ERA DA INFORMAÇÃO
Os nossos estudantes estão perante um futuro rico em informação onde a mudança será uma das raras constantes da sua vida. Para se adaptarem e desenvolverem plenamente o potencial de cada um, terão de ser capazes de aprender ao longo de toda a vida, e de tomar decisões de forma autónoma.Acreditamos que todos os estudantes têm direito a poder:
- dominar as competências necessárias ao acesso à informação, qualquer que seja i suporte em que se apresente (impresso, não impresso, electrónico);
- compreender e dominar competências eficazes na pesquisa da informação e na sua presentação;
- desenvolver a sua capacidade de avaliar, seleccionar, sintetizar e utilizar informação proveniente de diversas fontes e diversos media;
- utilizar os dados e a informação para alargar a sua base pessoal de conhecimentos;
- explorar a utilização da informação, de forma criativa;
- compreender a sua herança cultural e a sua História, bem como a Cultura e a História de outras sociedades e grupos sociais;
- melhorar a sua capacidade de auto-conhecimento, aprofundando o gosto e o prazer da leitura;
- explorar valores e crenças dos outros lendo obras de todo o mundo;
- pensar criticamente, e tomar decisões com base quer nas necessidades e nos valores de cada um, quer na evidência dos factos;
- participar activamente nas decisões relativas à sua própria aprendizagem
Acreditamos, por isso, que todos os alunos devem ter direito a:
- ter acesso, para a sua aprendizagem, a um amplo conjunto de recursos (impressos, não impressos, electrónicos), de nível adequado;
- explorar materiais que exprimam variedade de opiniões e de perspectivas;
- escolher livremente o que lêem, visiona e ouvem, para os seus estudos ou para os seus tempos livres.
Divulgado pela IASL (International Association of School Librarianship) – www.iasl-slo.org
Trad. M. José Vitorino (1996), a partir das versões em inglês (1995) e francês(1996)
Incluído na documentação distribuída aos participantes (700) do I Encontro Nacional sobre Documentação e Informação na Escola, org. BAD, Lisboa, Fund. Calouste Gulbenkian, 4-5 Janeiro 1996
in Cadernos de Biblioteconomia, Arquivística e Documentação, 1996 (2), p. 65-66. / ed. BAD Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas
10 anos, 9 meses e alguns dias depois...
Carta de Direitos das Bibliotecas Escolares e Outras Unidades Documentais nas Escolas Portuguesas
Apresentada pelo Grupo de Trabalho Documentação e Informação Escolar (GTDIE) da BAD no
I Encontro Nacional sobre Documentação e Informação na Escola, org. BAD-GTDIE1, Lisboa, Fundação C. Gulbenkian, 4-5 Janeiro 2006
Apresentada pelo Grupo de Trabalho Documentação e Informação Escolar (GTDIE) da BAD no
I Encontro Nacional sobre Documentação e Informação na Escola, org. BAD-GTDIE1, Lisboa, Fundação C. Gulbenkian, 4-5 Janeiro 2006
Direito à vida
Não basta uma tabuleta na escola a dizer "BIBLIOTECA"...
Direito a crescer
são necessárias condições materiais e humanas para haver esperança de vida
Direito à qualidade
onde caibam investimentos e projectos...
Direito à dignidade
ambições e exigências
Direito à igualdade
para que se sirva quem procura e se cative quem passa ao lado
Direito à liberdade
porque só espaços sem censura e de acesso aberto podem criar cidadãos livres e autónomos
Direito à diferença
iguais e diferentes.
Direito à vida
É reconhecido o Direito à Existência de Biblioteca ou Outra Unidade Documental em cada uma das escolas e centros educativos portugueses, independentemente da sua localização geográfica, data de fundação, nível, grau ou tipo de ensino
Direito a crescer
É reconhecido o Direito a Crescer às Bibliotecas Escolares, Mediatecas Escolares, Centros de Documentação e Informação ou Centros de Recursos escolares, pelo que serão dotados de meios adequados ao desenvolvimento de projectos, incluindo recursos humanos, materiais e financeiros, de forma a que se possa ir construindo uma Rede Nacional de Leitura Escolar, a partir de Redes Locais e em colaboração com as bibliotecas e outras unidades documentais.
Pelo mesmo Direito a Crescer lhes facultarão as entidades competentes autonomia de aquisição de fundos documentais em diferentes suportes.
Direito à qualidade
É reconhecido o Direito a à Qualidade, pelo que se desenvolverão políticas que promovam:
1.espaços, equipamentos e fundos documentais específicos e adequados;
2.gestão de pessoal consentânea:
a) criação e preenchimento de quadros de pessoal não docente qualificado afecto a este sectos, nas Escolas e nos Centros educativos do Pré-Escolar, Básico e Secundário;
b) Formação Acrescida, Inicial e Contínua, de docentes, dirigida a este campo de trabalho
Direito à dignidade
É reconhecido o Direito à Dignidade das Bibliotecas Escolares, Mediatecas Escolares, Centros de Documentação ou Centros de Recursos escolares, pelo que são explicitamente consideradas em todos os documentos legais e administrativos enquanto estruturas autónomas, integradas na gestão educativa local e regional, necessárias ao pleno desenvolvimento da aprendizagem e indispensáveis ao bom funcionamento da Comunidade Educativa. Deverão as entidades competentes desenvolver uma política de informação e sensibilização de forma a valorizar a imagem da Biblioteca escolar e das suas congéneres, junto da opinião pública em geral e dos agentes educativos em particular, nomeadamente os orgãos de gestão pedagógica das escolas e de administração do sistema educativo, a todos os níveis.
De forma a preservar a Dignidade, deverão ser banidas as práticas de censura dos fundos documentais e de humilhação do papel da Documentação nas escolas.
Direito à igualdade
Todas as unidades documentais escolares são consideradas iguais, não podendo ser discriminadas pela sua localização geográfica, pelo nível, grau ou tipo de ensino em que se integram, ou por outros motivos. Dever-lhes-ão, assim, ser garantidas condições de desenvolvimento em conformidade com este princípio, de modo a que em qualquer delas se possa atender às necessidades dos utilizadores e tratar a documentação e tratar a documentação e a informação em qualquer suporte com igual eficácia.
Direito à liberdade
Fica consagrado o Direito à Liberdade, eliminando-se qualquer forma de censura, defendendo-se o livre acesso e a autonomia de utilização e produção de documentos e de informação como princípios orientadores.
Direito à diferença
É reconhecido o Direito à Diferença. Cada biblioteca, mediateca, ou outra unidade documental escolar deve poder desenvolver-se com autonomia de acordo com projectos adaptados à sua realidade escolar e extra-escolar, garantindo-se normas técnicas mínimas de funcionamento e o princípio do primado do pedagógico sobre o administrativo.
in
Cadernos de Biblioteconomia, Arquivística e Documentação, 1996 (2), p. 67-69. / ed. BAD Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas
A Comissão Organizadora do Encontro de 700 pessoas (ai saudades!): António José Pina Falcão (Presidente), Alda Vicente, Ana Maria Pessoa, Lúcia Branco, Lucília Santos , Maria José Malo, Maria José Vitorino, Natália Caseiro, Rosa Costa. Reencontrámo-nos quase todos há 2 meses, na Gulbenkian de novo, para a Conferência Internacional da IASL, a primeira em Lisboa, e a mais concorrida de todas as europeias - 460 pessoas, sendo 250 portugueses.
Também apresentámos uma tradução portuguesa da Carta dos Direitos do Aluno na Sociedade de Informação - nesse tempo ainda não sentíamos falta da cautela "e do Conhecimento"...
Segunda-feira 25 de setembro mais umas centenas (com reincidentes) se juntam no mesmo local, abençoado pelos Jardins mais bonitos, para ouvir entre outros o fabuloso Alberto Manguel. Logo às 10 h da manhã. Viva!
A capa reproduzida é de uma das obras de Manguel traduzidas em português, por Ana Saldanha para a Presença nos idos de 1998. A Presença não revela o nome do designer responsável, mas concede informar que se trata de uma reprodução de uma pintura de Gustav Adolph Hennig (1774-1851), Rapariga a Ler, que está no Museum der bildenden Künste, em Leipzig, Alemanha.
Não basta uma tabuleta na escola a dizer "BIBLIOTECA"...
Direito a crescer
são necessárias condições materiais e humanas para haver esperança de vida
Direito à qualidade
onde caibam investimentos e projectos...
Direito à dignidade
ambições e exigências
Direito à igualdade
para que se sirva quem procura e se cative quem passa ao lado
Direito à liberdade
porque só espaços sem censura e de acesso aberto podem criar cidadãos livres e autónomos
Direito à diferença
iguais e diferentes.
Direito à vida
É reconhecido o Direito à Existência de Biblioteca ou Outra Unidade Documental em cada uma das escolas e centros educativos portugueses, independentemente da sua localização geográfica, data de fundação, nível, grau ou tipo de ensino
Direito a crescer
É reconhecido o Direito a Crescer às Bibliotecas Escolares, Mediatecas Escolares, Centros de Documentação e Informação ou Centros de Recursos escolares, pelo que serão dotados de meios adequados ao desenvolvimento de projectos, incluindo recursos humanos, materiais e financeiros, de forma a que se possa ir construindo uma Rede Nacional de Leitura Escolar, a partir de Redes Locais e em colaboração com as bibliotecas e outras unidades documentais.
Pelo mesmo Direito a Crescer lhes facultarão as entidades competentes autonomia de aquisição de fundos documentais em diferentes suportes.
Direito à qualidade
É reconhecido o Direito a à Qualidade, pelo que se desenvolverão políticas que promovam:
1.espaços, equipamentos e fundos documentais específicos e adequados;
2.gestão de pessoal consentânea:
a) criação e preenchimento de quadros de pessoal não docente qualificado afecto a este sectos, nas Escolas e nos Centros educativos do Pré-Escolar, Básico e Secundário;
b) Formação Acrescida, Inicial e Contínua, de docentes, dirigida a este campo de trabalho
Direito à dignidade
É reconhecido o Direito à Dignidade das Bibliotecas Escolares, Mediatecas Escolares, Centros de Documentação ou Centros de Recursos escolares, pelo que são explicitamente consideradas em todos os documentos legais e administrativos enquanto estruturas autónomas, integradas na gestão educativa local e regional, necessárias ao pleno desenvolvimento da aprendizagem e indispensáveis ao bom funcionamento da Comunidade Educativa. Deverão as entidades competentes desenvolver uma política de informação e sensibilização de forma a valorizar a imagem da Biblioteca escolar e das suas congéneres, junto da opinião pública em geral e dos agentes educativos em particular, nomeadamente os orgãos de gestão pedagógica das escolas e de administração do sistema educativo, a todos os níveis.
De forma a preservar a Dignidade, deverão ser banidas as práticas de censura dos fundos documentais e de humilhação do papel da Documentação nas escolas.
Direito à igualdade
Todas as unidades documentais escolares são consideradas iguais, não podendo ser discriminadas pela sua localização geográfica, pelo nível, grau ou tipo de ensino em que se integram, ou por outros motivos. Dever-lhes-ão, assim, ser garantidas condições de desenvolvimento em conformidade com este princípio, de modo a que em qualquer delas se possa atender às necessidades dos utilizadores e tratar a documentação e tratar a documentação e a informação em qualquer suporte com igual eficácia.
Direito à liberdade
Fica consagrado o Direito à Liberdade, eliminando-se qualquer forma de censura, defendendo-se o livre acesso e a autonomia de utilização e produção de documentos e de informação como princípios orientadores.
Direito à diferença
É reconhecido o Direito à Diferença. Cada biblioteca, mediateca, ou outra unidade documental escolar deve poder desenvolver-se com autonomia de acordo com projectos adaptados à sua realidade escolar e extra-escolar, garantindo-se normas técnicas mínimas de funcionamento e o princípio do primado do pedagógico sobre o administrativo.
in
Cadernos de Biblioteconomia, Arquivística e Documentação, 1996 (2), p. 67-69. / ed. BAD Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas
A Comissão Organizadora do Encontro de 700 pessoas (ai saudades!): António José Pina Falcão (Presidente), Alda Vicente, Ana Maria Pessoa, Lúcia Branco, Lucília Santos , Maria José Malo, Maria José Vitorino, Natália Caseiro, Rosa Costa. Reencontrámo-nos quase todos há 2 meses, na Gulbenkian de novo, para a Conferência Internacional da IASL, a primeira em Lisboa, e a mais concorrida de todas as europeias - 460 pessoas, sendo 250 portugueses.
Também apresentámos uma tradução portuguesa da Carta dos Direitos do Aluno na Sociedade de Informação - nesse tempo ainda não sentíamos falta da cautela "e do Conhecimento"...
Segunda-feira 25 de setembro mais umas centenas (com reincidentes) se juntam no mesmo local, abençoado pelos Jardins mais bonitos, para ouvir entre outros o fabuloso Alberto Manguel. Logo às 10 h da manhã. Viva!
sexta-feira, agosto 04, 2006
Ler devia ser proibido
Criado e produzido por Luciano Midlej, Filipe Bezerra e Marcos Diniz. Adicionado ao youtube en Julho de 2006 pelo primeiro dos autores. Agora que temos Planp, mercados, interesse e interesses, teremos, fatalmente, campanhas. Aqui está pois uma boa idéia... ler devia ser proibido. Fez-me sorrir, o que, como se sabe é quase tão perigoso como rir, e também já houve quem proibisse. Ou tentasse, pelo menos. Boas leituras e belas trangressões nos esperam.
Criado e produzido por Luciano Midlej, Filipe Bezerra e Marcos Diniz. Adicionado ao youtube en Julho de 2006 pelo primeiro dos autores. Agora que temos Planp, mercados, interesse e interesses, teremos, fatalmente, campanhas. Aqui está pois uma boa idéia... ler devia ser proibido. Fez-me sorrir, o que, como se sabe é quase tão perigoso como rir, e também já houve quem proibisse. Ou tentasse, pelo menos. Boas leituras e belas trangressões nos esperam.
Cucurrucucu Paloma
Caetano Veloso - Habla con Ella
Eis-me de volta, chegadinha do Youtube. Inesquecível Caetano no filme de Almodovor, Cucurrucu do nosso coração. E da nossa pele, que Eros aflora que se farta neste compasso de tirar a respiração.
Ler até ao penúltimo suspiro, esse, exactamente, em que estás pensando agora.
Eis-me de volta, chegadinha do Youtube. Inesquecível Caetano no filme de Almodovor, Cucurrucu do nosso coração. E da nossa pele, que Eros aflora que se farta neste compasso de tirar a respiração.
Ler até ao penúltimo suspiro, esse, exactamente, em que estás pensando agora.
domingo, janeiro 01, 2006
RECEITA DE ANO NOVO
RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
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