Os passos a que ando, um atrás do outro, como as letras em carreirinha, do fim para o princípio.
sábado, abril 30, 2005
sinais de vida
segunda-feira, abril 25, 2005
domingo, abril 24, 2005
Ler a vida para inscrevermos outra
o gel de banho,
a manteiga, o pão de forma,
quando se vive sózinho,
a botija de gaz,
o terço entre os dedos,
o calgonite,
demora tudo,
o esfregão da louça,
o fim-de-semana,
o meio-do-mês,
as prestações do carro,
muito tempo,
o aperto do laço,
as dores do período,
o absinto, a ginginha,
as pilhas do transistor,
o alprazolam,
a falta que me fazes,
a acabar.
domingo, abril 17, 2005
ler é coisa lá de casa - ou não é!
"Depois de viver muito e prestar muita atenção na vida e nos vivos é fácil perceber que as pessoas mais criativas, mais felizes, mais produtivas, mais bem ajustadas ao mundo tiveram uma infância povoada pelos livros. Estou seguro de que uma infância em que a imaginação tenha sido mais atendida -seja por um avô contador de histórias, seja por um ambiente povoado de livros- ajuda muito o ser humano no seu trajeto pela vida futura. Se o lar é bem constituído e seus componentes se comunicam intensamente; se a família se reúne para conversar, para comentar fatos e coisas, para falar de livros, de filmes e de histórias, para comentar a notícia do dia, a presença da literatura é fundamental para criar pessoas mais felizes. Num núcleo familiar em que isso não acontece, fica difícil para a literatura ter importância. " (Ziraldo - MAIS, Folha de S.Paulo - 13/08/2000) |
Dom Jorge
"Ao longo da história o homem tem sonhado e forjado um sem-fim de instrumentos. Criou a chave, uma barrinha de metal que permite que alguém penetre num vasto palácio. Criou a espada e o arado, prolongações do braço do homem que os usa. Criou o livro, que é uma extensão secular de sua imaginação e de sua memória. A partir dos Vedas e das Bíblias, temos aceitado a noção dos livros sagrados. Em certo modo, todo livro é. Nas páginas iniciais de Quixote, Cervantes deixou escrito que recolhia e lia qualquer pedaço de papel impresso que encontrava na rua. Qualquer papel que encerra uma palavra é uma mensagem que um espírito humano manda a outro espírito. Agora, como sempre, o instável e precioso mundo pode perder-se. Somente se podem salvar os livros, que são a melhor memória de nossa espécie."
"Como todos os actos do Universo, a dedicatória de um livro é um acto mágico. Também caberia defini-la como o modo mais grato e mais sensível de pronunciar um nome."
"Um livro é uma coisa entre as coisas, um volume perdido entre os volumes que povoam o indiferente Universo, até que encontra o seu leitor, aquele destinado a seus símbolos. Ocorre então a emoção singular chamada beleza, esse mistério formoso que não decifram nem a psicologia nem a retórica."
Jorge Luís Borges
e mais Borges
e quem o estuda
sexta-feira, abril 08, 2005
Livros eram libres na fala nortenha dos meus maiores
por abril, pero eso sí...
libros de yedra, libros sin horas,
libros libres;
cada página un día,
cada día el assombro
de ser vino y piedra, aire,
agua, palabra, parpadeo.
Octavio Paz
quinta-feira, abril 07, 2005
Os que leem
Michel de Certeau
citado in
A ordem dos livros, de Roger Chartier (Vega, 1997)
Ladrões de Bicicletas: A tirania do mérito
Ladrões de Bicicletas: A tirania do mérito : « Quem alcançou o topo, passou a acreditar que o sucesso foi um feito seu, uma medida do seu ...
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PORTUGAL (de Jorge Sousa Braga, 1981) Portugal Eu tenho vinte e dois anos e tu às vezes fazes-me sentir como se tivesse oitocentos Que ...
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Senhores, sou mulher de trabalho, e falo com poucas maneiras, porque as maneiras, são como a luva que calça o ladrão. Ás vezes, eu ponho-me...
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CANTIGA PARA QUEM SONHA Tu que tens dez reis de esperança e de amor grita bem alto que queres viver. Compra pão e vinho, mas rouba uma fl...