"Ao longo da história o homem tem sonhado e forjado um sem-fim de instrumentos. Criou a chave, uma barrinha de metal que permite que alguém penetre num vasto palácio. Criou a espada e o arado, prolongações do braço do homem que os usa. Criou o livro, que é uma extensão secular de sua imaginação e de sua memória. A partir dos Vedas e das Bíblias, temos aceitado a noção dos livros sagrados. Em certo modo, todo livro é. Nas páginas iniciais de Quixote, Cervantes deixou escrito que recolhia e lia qualquer pedaço de papel impresso que encontrava na rua. Qualquer papel que encerra uma palavra é uma mensagem que um espírito humano manda a outro espírito. Agora, como sempre, o instável e precioso mundo pode perder-se. Somente se podem salvar os livros, que são a melhor memória de nossa espécie."
"Como todos os actos do Universo, a dedicatória de um livro é um acto mágico. Também caberia defini-la como o modo mais grato e mais sensível de pronunciar um nome."
"Um livro é uma coisa entre as coisas, um volume perdido entre os volumes que povoam o indiferente Universo, até que encontra o seu leitor, aquele destinado a seus símbolos. Ocorre então a emoção singular chamada beleza, esse mistério formoso que não decifram nem a psicologia nem a retórica."
Jorge Luís Borges
e mais Borges
e quem o estuda
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