“A única salvação do que é diferente é ser diferente até o fim, com todo o valor, todo o vigor e toda a rija impassibilidade;
tomar as atitudes que ninguém toma e usar os meios de que ninguém usa;
não ceder a pressões, nem aos afagos, nem às ternuras, nem aos rancores;
ser ele;
não quebrar as leis eternas, as não-escritas, ante a lei passageira ou os caprichos do momento;
no fim de todas as batalhas — batalhas para os outros, não para ele, que as percebe — há-de provocar o respeito e dominar as lembranças; teve a coragem de ser cão entre as ovelhas; nunca baliu; e elas um dia hão-de reconhecer que foi ele o mais forte e as soube em qualquer tempo defender dos ataques dos lobos.”
AGOSTINHO DA SILVA (Porto, 13 de Fevereiro de 1906 — Lisboa, 3 de Abril de 1994), filósofo, poeta e ensaísta, in “Diário de Alcestes”
SILVA (Agostinho da).— DIÁRIO DE ALCESTES. (Gráficas Minerva.Vila Nova de Famalicão. 1945). 12x17,5 cm. 69-IV págs. B. - Reedição pela Ulmeiro, Lisboa, 1990
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