Apesar de acreditar que a leitura de obras de diversas proveniências cronológicas e geográficas é extremamente útil para a formação de qualquer pessoa e pode de facto contribuir para atenuar fossos, pondo o leitor em contacto com realidades muito diferentes das que habitualmente conhece, isso por si só não basta. É preciso também saber ler de forma despreconceituosa. Se o leitor procura um manual de etnografia que corrobore todas as suas ideias já feitas, é bem possível que esta obra corra o risco de não atenuar qualquer fosso, ou mesmo de desiludir o leitor. Se não for esse o caso, é bem possível que o leitor fique enormemente espantado pela riquíssima imaginação e surpreendentes fantasias nela patentes. Talvez assim ganhe mais consideração por quem a concebeu, e consequentemente pelos descendentes dos povos que a produziram. Afinal, é precisamente pelo seu imaginário maravilhoso que estes contos se tornaram tão conhecidos universalmente.
Hugo Maia, Tradutor
″É um milagre que 'As mil e uma noites' tenham sobrevivido até hoje″
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