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A tecnologia tem vindo a instalar novas utopias que passam muitas vezes pela questão de o homem querer viver cada vez mais tempo. Não é bem a imortalidade, o elixir da longa vida, que se perseguia e fantasiava noutros séculos, mas é algo próximo. E é interessante ver que o centro destas utopias é viver mais tempo, mais! — e não viver de forma diferente. O que me parece forte em algumas utopias sociais ou artísticas do século XX é que o centro da utopia não era viver mais tempo, era viver de forma diferente.
Quando o essencial das utopias humanas passa pela tecnologia talvez algo esteja em queda. É uma utopia desanimada, a que quer mudar a paisagem, natural ou técnica, e já desistiu de mudar o humano.
Gonçalo M. Tavares, 2016
Sobre a utopia, alguns apontamentos - PÚBLICO
1 comentário:
Simples,lúcido,oportuno.
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