sexta-feira, abril 24, 2015

25 DE ABRIL DE 1974



Faz hoje 41 anos saí da Faculdade (de Letras) pelo meio-dia e almocei com gente do Jornal República. Passei a tarde em Lisboa, como no dia anterior, a discutir ideias e canções, que a pressa de mudar o mundo era muita!
Fui, como costumava ser, ouvinte do Limite, do trabalho impecável do Manuel Tomás, da voz inesquecível do Leite de Vasconcelos. Adormeci tarde, acordei com o meu pai ralado com as notícias, a minha irmã tinha saído às 6 da manhã de comboio para as aulas em Lisboa - não havia liceu em Vila Franca, só Escola Técnica e um colégio, os meus pais queriam que continuássemos para a Universidade e eram contra os colégios privados. Perguntei pela música que tocavam e enchi de esperança o coração. Logo a seguir, a rua. 
O meu avô materno, antifascista tenaz, tinha então pouco mais anos que eu tenho hoje. No dia 27 de abril, 48 horas depois que pareceram tão longas, mais tarde, chorei abraçada ao meu avô, de alegria, a ouvir na telefonia libertação dos presos políticos, luta de 48 anos. Tinha 18 anos. Até hoje, e já cheguei a netos, sei que sou da palavra, da rádio (agora também webradio), da rua, da liberdade e dos longos combates

1 comentário:

LuisMi disse...

Me emociona el testimonio, desde la distancia de un tiempo en el que aquí seguíamos con la dictadura. Yo recién había comenzado el instituto y, aunque no alcancé entonces a percibir el alcance de lo que pasaba en Portugal, el aroma de los claveles llegaba también tras os montes... Beijos desde Salamanca. LuisMi

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