A boa notícia é que ainda vamos a tempo de evitar que esta nossa organização siga o caminho típico de todas as outras. Ainda vamos a tempo de refrescá-la, de lhe devolvermos a razão de existir. De a devolvermos à sua função original de representação de uma nuvem de ideologias diversas de esquerda e de renovação do sistema político-partidário. Para isso precisamos urgentemente de três coisas:
1. Democratização interna radical, abandonando de uma vez por todas tendências hegemonizantes que só poderão contribuir para o esfrangalhamento de uma organização como a nossa, entregando às bases, na prática e não apenas em teoria, as rédeas do movimento.
2. Abertura significativa ao exterior, chamando para conversar e trabalhar connosco tanto simpatizantes como independentes, tanto organizações sociais como os partidos que nos rodeiam. Ou seja: precisamente o inverso do rumo seguido nos últimos anos.
3. Acarinhar os desalinhados dentro do próprio Bloco, porque ao longo da evolução das organizações são os desalinhados que melhor se apercebem dos sinais iniciais de fossilização e são eles quem tem mais condições para conceber planos viáveis que a evitem. Embora sejam uma força extremamente útil noutros aspetos da vida de um partido, para esse fim específico os alinhados são piores que inúteis: são uma parte significativa do problema. Uma organização que queira evitar fossilizar-se deve ter, portanto, a capacidade para ouvir com muita atenção o que os seus desalinhados têm a dizer. Eles nem sempre terão razão, mas partir do princípio de que não a têm pelo simples facto de serem desalinhados é o caminho mais direto para o desastre.
Algumas ideias sobre como recuperar a organização chamada Bloco de Esquerda - Jorge Candeias - refundar o Bloco moção B
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