quarta-feira, setembro 24, 2014

Matthew Battles | Revista Biblioo

E. S.: Seria possível o senhor traçar um panorama das bibliotecas nos EUA? Existe uma preocupação do poder público com essas instituições?M. B.: Sim, em diferentes níveis. A maneira como as bibliotecas e os bibliotecários são vistas nos Estados Unidos está muito ligada a como as pessoas tem vivido as tecnologias e a internet em particular. Muitas pessoas sentem que as bibliotecas deveriam acabar agora que existe a internet, enquanto muitas outras sentem que a biblioteca é o lugar ideal para compartilhar a internet com o grande publico e torná-la acessível para pessoas que não teriam acesso a ela de outra maneira. E as pessoas notaram algumas coisas nos últimos tempos: depois do 11 de setembro, dos ataques ao World trade Center, o governo tentou cercear as liberdades das pessoas nas bibliotecas. O governo queria ser informado quando as pessoas pegassem livros que ele considera perigosos. Os bibliotecários sempre tiveram uma ética de privacidade: você pode ir à biblioteca, pegar livros e ninguém tem que saber. Os bibliotecários, nos Estados Unidos e em muitos outros lugares evitam comentar com os usuários sobre os livros que eles estão pegando emprestado porque eles não querem que as pessoas se sintam vigiadas. Então quando o governo disse: “nós queremos saber o que as pessoas tem procurado”, os bibliotecários foram muito contra e as pessoas notaram e ficaram gratas pelos bibliotecários estarem zelando pela sua liberdade intelectual. Mais recentemente houve uma série de desastres: o furacão que atingiu Nova Orleans [também chamado Katrina] alguns anos atrás e os mais recentes que atingiram Nova Iorque e outros lugares. Depois desses desastres, as bibliotecas se tornaram lugares vitais aonde as pessoas iam para se informar, procurar notícias de seus entes queridos, buscar abrigo. E as pessoas reconheceram o serviço comunitário que essas bibliotecas prestaram.
Matthew Battles | Revista Biblioo

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