música e letra: José Mário Branco)
Quando o espectro de Goebbels me ensombra
e me agride com mais
Guerra mediática
E a sua matilha se maquilha
Quando essa escolha cuidada de coisas reais
ficcionadas, iguais
Sem lei nem gramática
Faz de cada Homem uma ilha
Quando vem a maré negra dessa matilha
obscena
E para sobreviver há que sair de cena
Resta só a solução de premir o botão
Quem sofre
Quem sofre
Quem sempre sofre é o Onofre
Quando a voz do Grande Irmão mostra
sempre outra cara escondendo
A paz totalitária
No negócio do seu matadouro
Quando propagandeando a janela do mundo
só abre p'ra dentro
E é sempre o cenário
Em que o sangue valoriza o ouro
Os jornalistas clonados facturam a desgraça
Nem no amor nem na dor a caravana passa
Vou vomitar e então carrego no botão
O Onofre
O Onofre
Triste poder de quem sofre
Quando p'ra tanto poder parece que já nada
podemos fazer
P'ra nos mantermos vivos
E eles tão seguros da vitória
Quando agressivos, banais, sorridentes,
coprófagos fartos de ser
Plurais digestivos
Até resistir é uma história
Só o Onofre me diz que o dono inda sou eu
Que esse terrível poder ninguém o elegeu
E logo a alma da mão carrega no botão
Onofre
Onofre
És o segredo do cofre
Sem comentários:
Enviar um comentário