Eu não dou opiniões: escolho palavras. Umas palavras desdobram as outras. Certas ideias levam a outras. Tudo tem de ser reconstruído. Com o tempo vamos ganhando uma certa prática. As opiniões que não temos parecem nascer naturalmente; na verdade, são conjeturas, temporárias vitórias de significados.
A tragédia é que, quanto mais vou cultivando a palavra escrita, mais fracasso na palavra falada. Hesito antes de dizer. Ainda não pronunciei e já imagino a objeção. Mais: antecipo já duas ou três objeções de sinal contrário. Calo-me. Quando escrever descobrirei o que penso.
Rui Tavares, Público 01.9.2010
1 comentário:
Li,pensei,e gostei!
Bj*
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