A ideia de uma identidade que está completa, formada, não me interessa nada. Interessa-me esta ideia que vem da cosmogonia indígena e que tem uma potência política: o outro não é aquele que nos enfraquece, é aquele que nos fortalece. O movimento de curiosidade dos indígenas em relação ao outro, que é o movimento básico da antropofagia, é o movimento de reconhecer no outro uma força. E isto tem, para mim, uma potência política, hoje, e faz parte da própria ideia de criação.
Alexandra Lucas Coelho: “Interessa-me a mistura” - PÚBLICO