domingo, maio 20, 2007

Ler com outros pela mão de Karen, mesmo trilho, muitos pontos do mundo

Web 2.= is also a platform, perhaps one of the few available between generations of the same species (according to Human DNA)...
Web 2.0= também se trata de uma plataforma, talvez uma das poucas disponíveis entre gerações da mesma espécie (de acordo com o ADNHumano)...

On this subject, I find an interesting resource from Karen Bonanno (2007), one of IASL Directors, Visions of Learning in a Networked World / K. Bonanno (Singapore, 2007) .ppt (I've already put it in our Sharing Links)

Sobre este ponto, achei interessante o recurso on-line de Karen Bonanno (2007), uma das Directoras do IASL,
Visions of Learning in a Networked World / K. Bonanno (Singapore, 2007) .ppt,(já coloquei no nosso Partilhando Pistas)
She quote Prensky, M (2001 and 2005):
Ela cita Prensky, M (2001, 2005)

The Boomers [Baby Boomers]  Digital immigrants
“..those of us who were not born into the digital world but have, at some later point in our lives, become fascinated by and adopted many or most aspects of the new technology.
[Prensky, M 2001, ‘Digital natives, digital immigrants’ in On the horizon,
Vol. 9, No. 5, see http://www.marcprensky.com/writing/]

Os Baby Boomers
Imigrantes digitais
"... aqueles de nós que não nasceram no mundo digital mas ficaram, num qualquer momento mais tardio das nossas vidas, fascinados e adoptaram muitos ou a maior parte das facetas da nova tecnologia."
[Prensky, M 2001, ‘Digital natives, digital immigrants’ in On the horizon,
Vol. 9, No. 5, see http://www.marcprensky.com/writing/]

Technology DNA
“Our young people have a much better idea of what the future is bringing than we do. They’re already busy adopting new systems for communicating (instant messaging), sharing (blogs), buying and selling (eBay), exchanging (peer-to-peer technology), creating (Flash), meeting (3D worlds), collecting (downloads), coordinating (wikis), evaluating (reputation systems), searching (Google), analyzing (SETI), reporting (camera phones), programming (modding), socializing (chat rooms), and even learning (Web surfing).”
(Prensky, M 2005, ‘Listen to the natives’ in Educational Leadership)


ADN Tecnologia
"Os nossos jovens têm uma ideia muito melhor sobre o futuro nos vai trazer do que nós temos. Eles já estão ocupados a adoptar sistemas novos para comunicar (mensagens instantâneas), partilhar (blogs), comprar e vender (eBay), trocar (tecnologias peer-to-peer), criar (Flash), encontrar ou reunir (mundos 3D), recolher (downloads), coordenar (wikis), avaliar (sistemas de certificação/credibilização), pesquisar (Google), analisar (SETI), relatar (telefones com câmara), programar (modding), socializar (salas de chat) e mesmo aprender (Web surfing)."
(Prensky, M 2005, ‘Listen to the natives’ in Educational Leadership)
Mostrar contexto e seguimento

terça-feira, maio 15, 2007

Tempo e Formação E-learning



(Entrada para um portfolio construído numa Formação e-learning, usando a Plataforma CRIE)

A dimensão essencial, e um dos reais problemas de gestão desta formação e-learning.


Tempo exterior, cronometrável, calendarizável.
  • horários - verifico que a mancha horária mais utilizada por mim foi entre as 23 h e as 3 h
  • calendários - o fim de semana foi mais utilizado, com custos pessoais no lazer



Tempo interior, mensurável apenas na fluência do produto ou do processo (leitura rende ou não rende..), nascido da gestão do cansaço e da atitude, mas também elástico quando interesse das propostas aumenta. Ilusão, no sentido castelhano (ilusión), alarga o tempo.
  • menos lazer, mais stress, menos tempo "útil"
  • neste caso, aumenta o valor desse tempo quando NÃO afectamos o fim de semana a estas tarefas - um minuto depois de descansar vale mais que 30 em stress.. do ponto de vista do produto-aprendizagem e do ponto de vista do produto-partilha (textos, comentários, etc)




Tempo digital, dependendo dos recursos electrónicos, computador+ligação à web+custos efectivos para o utilizador.
  • o mais cómodo para mim tem sido o computador fixo em casa, netcabo ou sapoadsl; estou estudando os custos dos vários serviços de banda larga
  • imagino que estes processos de formação elearning excluem à partida, para além do óbvio requisito de alguma destreza na utilização do computador e dos acessos à web
    • quem não tenha computador em casa (no seu suposto espaço/tempo de lazer)
    • (em alternativa) quem, tendo embora acesso a meios informáticos no local de trabalho (o que lhe libertaria o espaço/tempo de lazer, conquistado a duras penas desde o séc. XIX por lutas sociais), tenha efectivamente que cumprir actividades no horário total de trabalho, dedicadas à produção e não à sua produção
    • quem viva/trabalhe em áreas geográficas com acesso instável ou caro - para quando a banda larga gratuita e veloz em todo o País?
  • o mais caro, para mim, aconteceu a 26 de Abril - por desconhecimento das regras do contrato TMN, dispendi 40 minutos a trabalhar, depois das 23 h (a Happy hour Não funciona em Roaming!) e a descarregar ficheiros - o que elevou o custo das comunicações via Banda TMN (placa no computador portátil) de uns regulares 15 € para cerca de 500 € (regras de roaming - estava na Áustria - o que vale é a dimensão dos ficheiros descarregados); aprendi:
  • a não descarregar ficheiros quando estou fora, usando a placa do computador portátil - vou a um cibercafé e levo uma pen, por exemplo,ou escolho um hotel com internet gratuita (há muitos);
  • a colocar sempre a informação também em ficheiros zip, ou rar - para ajudar os outros...
  • que a placa funciona lindamente, nem senti o tempo (do relógio) passar
  • a concluir que se a educação é cara, muito mais cara é a ignorância... cool


Quanto maior foi a coincidência destes 3 tempos, maior o rendimento em termos de participação e de aprendizagem.

Viver não custa?
Ai, saibamos viver.
MJV

sábado, maio 12, 2007

As leituras são como as cerejas


Lágrimas também ela sabia pesar. Lispector, a C.
E eu, a ler sem balança, mesmo ali no meio deles.


Minha alma tem o peso da luz.
Tem o peso da música.
Tem o peso da palavra nunca dita,
prestes quem sabe a ser dita
Tem o peso de
uma lembrança.
Tem o peso de uma saudade.
Tem o peso de um olhar.
Pesa como pesa uma ausência.
E a lágrima que não se chorou.
Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.

Clarice Lispector

Partilhas do dia de hoje (doze do cinco) - 4


Fontes para saber mais sobre Gianni Rodari – vício de Biblioteca!

Derradeira citação:

«Quanto pesa una lacrima?» «Secondo: la lacrima di un bambino capriccioso pesa meno del vento, quella di un bambino affamato pesa più di tutta la terra.» (Favole al telefono)

“Quanto pesa uma lágrima?” “Depende: a lágrima de um menino mimado pesa menos que o vento, a de um menino com fome pesa mais que a Terra inteira.” (Histórias ao telefone)

Imagem de Mosaico de Yone Lins in
http://yonelins.tripod.com/


Partilhas do dia de hoje (doze do cinco) - 3

17. CAPUCHINHO VERMELHO DE HELICÓPTERO

Vi fazer este jogo em algumas escolas. Dão-se às crianças algumas palavras, sobre as quais deverão inventar uma história. Cinco palavras, por exemplo, surgem em série e sugerem a história do Capuchinho Vermelho: “menina”, “floresta”, “flores”, “lobo” e “avó”. A sexta desfaz a série: por exemplo, “helicóptero”.

Os professores, ou os outros autores da experiência, medem com este jogo-exercício a capacidade que têm as crianças de reagir a um elemento novo e, em relação a uma certa série de acontecimentos, inesperado; e de absorver a palavra dada na história conhecida; e de fazer reagir as palavras do costume ao novo contexto em que virão a encontrar-se.

Visto de perto, o jogo tem a forma de um binómio fantástico: de um lado está o Capuchinho Vermelho, do outro, o helicóptero. O segundo termo do binómio é uma única palavra. O primeiro uma série de palavras, que no entanto em relação à palavra helicóptero se comportam como um conjunto. Assim, tudo é claro do ponto de vista da lógica fantástica.

Os resultados mais interessantes para o psicólogo obtêm-se, penso eu, quando este tema fantástico se dá a frio, sem preparação, embora sem um mínimo de explicação.

Pessoalmente, tendo ouvido falar desta experiência a um professor de Viterbo de quem infelizmente perdi o nome e a morada, decidi servir-me dela durante um encontro com algumas crianças alunas da segunda classe bastante bloqueadas por uma rotina didáctica da pior espécie (cópias, ditados e análogos). Em resumo, nas piores condições. Tentara em vão fazer que deles nascesse uma história: empresa difícil, quando se aparece de repente, como um estranho, que custa a perceber-se o que quer. De resto, tinha poucos minutos à minha disposição porque me esperavam outras aulas. Mas não me agradava deixar aquelas crianças sem lhes dar algo que não fosse apenas a lembrança de um tipo esquisito que para se armar em palhaço se sentava no chão ou se punha em cima de uma cadeira (gestos necessários, naquele contexto, para quebrar a atmosfera burocrática criada pela presença do professor e do inspector escolar). Se ao menos tivesse trazido uma harmónica de boca, u pífaro, um tambor…

Finalmente lembrei-me de perguntar de algum queria contar a história do Capuchinho Vermelho. As raparigas indicam um rapaz, os rapazes apontam para uma menina.

“E agora”, peço depois de o rapazinho ter acabado de me debitar já não a história do Capuchinho Vermelho como lha deveria ter contado a avó, mas uma insípida lengalenga (recordação de uma récita escolar, coitado), “agora digam-me uma palavra qualquer”.

Não compreendem o que quer dizer qualquer, naturalmente. Temos de nos explicar. Por fim dizem-me: “cavalo”. Posso contar a história do capuchinho Vermelho que na floresta encontra um cavalo, montando-o e chegando a casa da avó antes do lobo…

Então vou ao quadro e escrevo, no meio de um belo silêncio finalmente cheio de expectativa, caloroso como uma fogueira: “menina”, “floresta”, “flores”, “lobo”, “avó “helicóptero”… Volto-me para a sala. Nem preciso de explicar o novo jogo. Os mais desembaraçados já somaram dois mais dois e levantaram a mão. Surge, a várias vozes, uma bela história em que o lobo, ao bater à porta da avó, é surpreendido por um helicóptero da polícia de trânsito lá em cima… “Mas o que está aquele a fazer? O que quer?”, interrogam-se os agentes. E descem em voo picado, mesmo a tempo de pô-lo em fuga precisamente na direcção do caçador…

Poder-se-ia discutir o conteúdo ideológico da nova criação, mas não creio que seja caso disso. É mais precioso o que se põe em movimento. Tenho a certeza de que aquelas crianças, de quando em quando, pedirão que se volte a fazer o jogo do Capuchinho Vermelho com uma palavra nova: conhecerão o prazer de inventar.

Uma experiência de invenção é boa quando as crianças se divertem com ela, mesmo que, para se chegar a esse objectivo (a criança como objectivo), possamos infringir as regras da própria experiência.

(Rodari, Gramática...p. 75-77)

Partilhas do dia de hoje (doze do cinco) - 2

Onde ia ele buscar as ideias?

Se tivéssemos também uma Fantástica, tal como temos uma Lógica, descobrir-se-ia a arte de inventar.

Novalis (1772-1801)

Citado por Gianni Rodari (o.c., p. 4)


[Citando Dewey (1859-1952), em Como pensamos]

O pensamento deve ser reservado ao novo, ao precário, ao problemático. Daqui, o sentimento de contrição mental e de perda de tempo que as crianças experimentam quando lhes pedem que reflictam sobre coisas familiares.

Inimigo do pensamento é o aborrecimento. Mas e convidarmos as crianças a pensar “o que aconteceria se a Sicília perdesse os botões”, posso apostar todos os meus botões que elas não se aborreceriam. (p. 207)

Partilhas do dia de hoje (doze do cinco) - 1



Café da manhã, sol & bica.

Hoje deu-me para ler. E pude ler: houve tempo, silêncio a alargar o tempo, livros e serenidade. Há Prazer no Poder, de facto! Pelo menos neste Poder de Ler.


Topei com a Gramática da Fantasia: introdução à arte de contar histórias, de Gianni Rodari (1920-1980), e não resisti a partilhar convosco o reencontro com uma das vozes culpadas do meu apego à Educação e, nela, à rua que há entre Artes, Ciências e Filosofia, só transitáveis por quem o faz de olhos postos nas crianças e nos jovens.

Se alguém ainda não o conhecia, ficarei só por isso perdoada por este atrevimento?

A edição citada é a 5ª da tradução de José António Colaço Barreiros, publicada pela Editorial Caminho em 2004, feita a partir do texto La Grammatica della Fantasia - Introduzione all'arte di inventare storie ( Não refere a edição de origem da tradução. A mais antiga que eu conheço é da preciosa Casa Einaudi, em Milão, 1974)

Imagens - site da BPF La torta in rete

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